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Historiador vê legado negativo de Rui Barbosa
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO
O advogado e historiador
Alberto Venancio Filho,
membro da Academia Brasileira de Letras, identifica
duas explicações históricas
para o "juridiquês': a tradição lusitana e a influência de
Rui Barbosa (1849-1923).
Autor do livro "Das Arcadas aos Bacharéis: 150 Anos
de Ensino Jurídico no Brasil", ele afirma que a tradição
jurídica está impregnada de
linguagem complicada. "Os
termos vão passando de geração a geração", diz.
Segundo Venancio Filho,
antes de 1827, quando foram
fundados os cursos jurídicos
no Brasil, a maioria dos advogados se formava na Universidade de Coimbra. Depois dessa data, a maior parte dos professores continuava vindo de lá. Por essa razão, o discurso jurídico era
bem diferente do coloquial.
A segunda razão é Rui Barbosa. "Ele foi um dos maiores juristas do Brasil, mas
deixou uma tradição ruim.
Antes dele, existiam pareceres curtos. Ele introduziu a
citação de diversos autores
estrangeiros e a prolixidade", afirma.
Segundo a professora de
linguagem jurídica da PUC-SP Maria Teresa Rego, o movimento modernista, na década de 20, também contribuiu para a simplificação do
juridiquês. "Mas essa mudança é gradual", afirma.
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