São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Historiador vê legado negativo de Rui Barbosa

DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO

O advogado e historiador Alberto Venancio Filho, membro da Academia Brasileira de Letras, identifica duas explicações históricas para o "juridiquês': a tradição lusitana e a influência de Rui Barbosa (1849-1923).
Autor do livro "Das Arcadas aos Bacharéis: 150 Anos de Ensino Jurídico no Brasil", ele afirma que a tradição jurídica está impregnada de linguagem complicada. "Os termos vão passando de geração a geração", diz.
Segundo Venancio Filho, antes de 1827, quando foram fundados os cursos jurídicos no Brasil, a maioria dos advogados se formava na Universidade de Coimbra. Depois dessa data, a maior parte dos professores continuava vindo de lá. Por essa razão, o discurso jurídico era bem diferente do coloquial.
A segunda razão é Rui Barbosa. "Ele foi um dos maiores juristas do Brasil, mas deixou uma tradição ruim. Antes dele, existiam pareceres curtos. Ele introduziu a citação de diversos autores estrangeiros e a prolixidade", afirma.
Segundo a professora de linguagem jurídica da PUC-SP Maria Teresa Rego, o movimento modernista, na década de 20, também contribuiu para a simplificação do juridiquês. "Mas essa mudança é gradual", afirma.


Texto Anterior: Termo técnico não é estilo, diz professor
Próximo Texto: Janio de Freitas: Variações invariáveis
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.