São Paulo, sábado, 23 de janeiro de 1999 |
Próximo Texto | Índice PAINEL Clima pesado 1 Pedro Malan está contrariado com Paulo Renato (Educação), que teria dito a alguns setores que o governo fixaria uma banda informal e secreta para o câmbio. FHC já ouviu a reclamação do Ministério da Fazenda. Clima pesado 2 A Fazenda viveu um dia de cão ontem. Além da disparada do dólar, teve de administrar a declaração de FHC a Olívio Dutra (PT-RS) de que não sabia do aperto que seria dado nos governos de Minas e do Rio Grande do Sul. Malan disse a interlocutores que avisou o presidente de tudo. Agora, sou todo ouvidos Empresários e intelectuais estão sendo chamados por FHC para "conversar sobre o Brasil". Um deles diz que a crise do real quebrou a arrogância com a qual o governo tratava os críticos. Limite flexível Na negociação com a Câmara, Ornélas (Previdência) topou aumentar o limite de isenção dos inativos de R$ 600 para R$ 1.200. O PSDB vetou, dizendo ser demonstração de fraqueza que poderia se refletir no plenário. Pressão familiar Tucanos contam que o teto de R$ 3 mil para isenção de aposentados com mais de 70 anos foi estabelecido a partir do caso do pai do deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE), que é inativo e recebe aproximadamente R$ 3.800. Resistência vencida A Secretaria Nacional Anti-drogas ganhou mais um round na briga com a Polícia Federal. A PF terá de lhe enviar, mesmo que a contragosto, as estatísticas detalhadas sobre apreensão de drogas. A Senad mandará informes à ONU. É a primeira vez que o Brasil abre esses dados. A secretaria vai ainda fiscalizar os produtos usados no refino da coca. As guerras de Brasília Andrea Matarazzo (Comunicações) pediu uma sala no Planalto perto de FHC. Não deve ganhar. A sala hoje ocupada por Sergio Amaral deve ficar com o futuro porta-voz, quando o embaixador seguir para Londres. A conferir Resultado da conversa do vice Newton Cardoso (MG) com FHC: equipes técnicas do Estado e do governo federal devem se reunir e discutir a moratória mineira. Pode ser o começo de uma distensão nas relações. Temer foi quem articulou a ida de Newtão ao Alvorada na quarta à noite. Será que FHC quer? Esperidião Amin (PPB), governador de Santa Catarina, conversou com o vice paulista, Geraldo Alckmin (PSDB). Disse que Covas seria o anfitrião ideal de um encontro de todos os governadores. O tucano articula a reunião. Mágoa no armário As alas mais moderadas do PT paulista já estiveram mais empenhadas na aproximação com Covas. Reclamam que, no discurso de posse, o tucano não fez nenhuma referência à participação da oposição na sua eleição. Sede de poder Foi abatida a candidatura a líder do PMDB no Senado de Ney Suassuna (PB), que se notabilizou por trocar sopapos com ACM em 96. Jader Barbalho (PA), que acumula a presidência da sigla, continuará no posto. Risco de ir em cana Deputados do PT brincam que, com o aumento da cobrança previdenciária dos servidores, não terão dinheiro para viver. A legenda tem muitos divorciados. Tirando os 27,5% de IR, os 30% que dão para o partido e os 25% da Previdência, o restante mal dará para a pensão alimentícia. Manobra em curso Um grupo do PSB trabalha para fazer de Luiza Erundina (SP), que não deve ir para o governo Covas, a líder da bancada na Câmara. A articulação conta com o apoio de setores ligados a Arraes e com a oposição do grupo do ex-líder Alexandre Cardoso. Igual importância Relator setorial da Educação no Orçamento, Alexandre Santos (PSDB-RJ) restituiu R$ 7,5 mi dos R$ 170 mi cortados das universidades federais. Um pouco mais do que o valor que destinou às bandas municipais: R$ 5 mi. TIROTEIO Do economista Paulo Yokota, ex-diretor do Banco Central, sobre a alta dos juros depois da desvalorização cambial e a atuação dos operadores do BC nos últimos dias: - A cirurgia de remoção do câmbio engessado foi perfeita. Mas o pós-operatório está sendo um desastre. É navalhada atrás de navalhada. CONTRAPONTO Maldade para consumo interno A bancada do PT na Câmara e os deputados eleitos se reuniram anteontem em Brasília para discutir a divisão dos postos da Casa na próxima legislatura e a conjuntura econômica do país. Antes da discussão da crise financeira, houve uma exposição de economistas do partido. A deputada Maria da Conceição Tavares (RJ) foi uma das primeiras a falar. Antes de fazer uma análise muito pessimista, ela brincou com o deputado e também economista Aloizio Mercadante (SP): - O Aloizio, por ser jovem, pode até estar gostando da crise. Mas eu não tenho mais idade para isso. Após a fala de Conceição, Mercadante pegou o microfone: - Eu só queria dizer que não estou do lado do quanto pior melhor! Diante da reação do colega, Conceição caiu em si: - Tá aberto?! Tá aberto para a imprensa?! Mas vocês tinham que ter me avisado!! Próximo Texto | Índice |
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