São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 2000


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CPI DO NARCOTRÁFICO
Motorista não explica ligação com advogado acusado de participação no tráfico
Contradições marcam depoimento

free-lance para a Folha

O depoimento do motorista Adilson Luz à CPI do Narcotráfico foi marcado pela contradição. Luz não conseguiu explicar o seu envolvimento com o advogado Arthur Eugênio Mathias, que também está preso, acusado de participar do tráfico de drogas e roubo de cargas em Campinas, interior de São Paulo.
Luz negou que tenha roubado cargas e disse que foi preso injustamente. Ele admitiu que Arthur Mathias foi seu advogado e afirmou que só o conheceu quando já estava na cadeia.
O motorista disse que deu um depoimento à polícia incriminando Arthur Mathias seguindo a orientação da promotoria de Igarapava (SP). Segundo Luz, os promotores da cidade queriam motivos para incriminar o advogado e lhe ofereceram a liberdade em troca do depoimento.
Luz se mostrou confuso ao falar sobre sua ligação com a mulher de Arthur Mathias, Naara Cristina.
Ele disse que Naara foi advogada de sua mulher, mas que não a conhecia. Depois admitiu que ela lhe arrumou um advogado e que viajou com Naara e com este advogado para São Paulo, onde prestaria um novo depoimento à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) paulista.
O depoimento de Naara também estava marcado para ontem, mas ela não apareceu.
O seu advogado, Caio Carneiro Campos, entregou aos membros da CPI um documento explicando três motivos da ausência de sua cliente: ela está de licença médica até o dia 2 de março, não tem recursos para arcar com as despesas da passagem para Brasília e não é obrigada a prestar depoimento porque é mulher de Arthur Mathias.
O presidente da CPI, deputado Magno Malta (PTB-ES), afirmou que vai reconvocar Naara para o início de março.
O deputado Robson Tuma (PFL-SP) sugeriu que a comissão faça uma acareação entre ela e Adilson Luz.
O advogado Arthur Eugênio Mathias está preso, acusado de liderar uma quadrilha de roubos de cargas de caminhões, num processo de Igaratá (SP).
Ele havia sido preso pela CPI durante depoimento em Campinas e depois solto pela Justiça. A atual detenção se deve a outro motivo: o processo sobre roubo.


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