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CPI DO NARCOTRÁFICO
Motorista não explica ligação com advogado acusado de participação no tráfico
Contradições marcam depoimento
free-lance para a Folha
O depoimento do motorista
Adilson Luz à CPI do Narcotráfico foi marcado pela contradição.
Luz não conseguiu explicar o
seu envolvimento com o advogado Arthur Eugênio Mathias,
que também está preso, acusado
de participar do tráfico de drogas e roubo de cargas em Campinas, interior de São Paulo.
Luz negou que tenha roubado
cargas e disse que foi preso injustamente. Ele admitiu que Arthur Mathias foi seu advogado e
afirmou que só o conheceu
quando já estava na cadeia.
O motorista disse que deu um
depoimento à polícia incriminando Arthur Mathias seguindo
a orientação da promotoria de
Igarapava (SP). Segundo Luz, os
promotores da cidade queriam
motivos para incriminar o advogado e lhe ofereceram a liberdade em troca do depoimento.
Luz se mostrou confuso ao falar sobre sua ligação com a mulher de Arthur Mathias, Naara
Cristina.
Ele disse que Naara foi advogada de sua mulher, mas que
não a conhecia. Depois admitiu
que ela lhe arrumou um advogado e que viajou com Naara e
com este advogado para São
Paulo, onde prestaria um novo
depoimento à OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil) paulista.
O depoimento de Naara também estava marcado para ontem, mas ela não apareceu.
O seu advogado, Caio Carneiro Campos, entregou aos membros da CPI um documento explicando três motivos da ausência de sua cliente: ela está de licença médica até o dia 2 de março, não tem recursos para arcar
com as despesas da passagem
para Brasília e não é obrigada a
prestar depoimento porque é
mulher de Arthur Mathias.
O presidente da CPI, deputado
Magno Malta (PTB-ES), afirmou que vai reconvocar Naara
para o início de março.
O deputado Robson Tuma
(PFL-SP) sugeriu que a comissão faça uma acareação entre ela
e Adilson Luz.
O advogado Arthur Eugênio
Mathias está preso, acusado de
liderar uma quadrilha de roubos
de cargas de caminhões, num
processo de Igaratá (SP).
Ele havia sido preso pela CPI
durante depoimento em Campinas e depois solto pela Justiça. A
atual detenção se deve a outro
motivo: o processo sobre roubo.
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