São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

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PAINEL

Duro na queda 1
Na reunião com entidades empresariais e sindicais sobre a MP 232, Antonio Palocci gastou 90% do tempo discorrendo sobre o bom momento da economia e o restante dizendo que sua missão era equilibrar as contas.

Duro na queda 2
Os empresários saíram convencidos de que o ministro da Fazenda pode até ceder em alguns pontos, mas vai brigar para manter o cerne da MP. Dizem que o jeito será "ir para o pau".

Deixa comigo
O posto de relator da MP 232 ficará com o PP de Severino Cavalcanti, que planeja indicar para a vaga Francisco Dornelles (RJ). Ex-secretário da Receita de Figueiredo e ex-ministro de Sarney e FHC, ele é um ardoroso combatente da medida.

Paz e amor
Depois de avisar, tão logo eleito, que a MP 232 não passaria na Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE) adotou tom conciliador ontem e foi só elogios a Palocci.

Danado de bom
O líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), e o presidente da Casa, Renan Calheiros (AL), querem tirar proveito do novo desenho das Mesas do Congresso. Convocaram almoço com os "poderosos do Nordeste". A lista inclui Lula e o presidente do STJ, Edson Vidigal.

Só pensam naquilo
Em benefício de seus respectivos projetos eleitorais para 2006, Nelson Jobim (STF) e Edson Vidigal (STJ) vão acabar disputando as atenções até em batizado de boneca. Ontem, os dois presidentes assistiram à troca de comando na CCJ do Senado.

Tô fora
A direção do PMDB diz não ter ligação com a idéia, alimentada por setores do partido, de reabilitar o deputado André Luiz (RJ), expulso da sigla no rastro da acusação de achaque.

Dacar-Salvador 1
A pasta da Cultura gastou R$ 226,5 mil para trazer ao Brasil, no Carnaval, a ministra da Cultura do Senegal, Safiatou N'Diaye Diop, e 35 membros do grupo de balé senegalês La Linguére. A ministra acompanhou Gilberto Gil em Salvador e no desfile das escolas de samba do Rio.

Dacar-Salvador 2
A vinda de Safiatou, a convite de Gil, integra uma série de eventos de intercâmbio entre os dois países. Nazaré Pedroza, assessora do ministro, defende a despesa sob o argumento de que o Senegal é "estratégico para as relações do Brasil com a África".

Pela janela
A prefeitura paulistana deixou caducar uma verba de R$ 500 mil para investimentos em segurança. Fruto de contrato firmado em 2002, o dinheiro deveria ter sido utilizado até 26 de dezembro pela ex-prefeita Marta Suplicy (PT). Agora, terá de ser devolvido ao governo federal.

Tomando as dores
Cansada de ver o ministro Aldo Rebelo apanhar do PT em Brasília, a pequenina bancada do PC do B na Assembléia paulista ameaça se desgarrar do bloco de oposição e dar seus dois votos ao tucano Edson Aparecido, candidato de Geraldo Alckmin à presidência da Casa.

Novo abrigo
Desgraçado no PSDB depois de ter subido no palanque de Marta Suplicy, o deputado estadual Bispo Gê migrará para o PTB de Campos Machado.

Território inimigo
Foi escolhido a dedo o local de lançamento, hoje, do guia "Transgênicos, Você Tem Direito de Conhecer", financiado pelas gigantes Monsanto, Dupont do Brasil, Syngenta Seeds e Dow Ageosciences: Curitiba. O governador Roberto Requião é inimigo número um da transgenia.

TIROTEIO

Do prefeito do Rio, Cesar Maia, estudioso de pesquisas e pré-candidato à Presidência pelo PFL, sobre as perspectivas reeleitorais de Lula a partir dos resultados da CNT-Sensus:
-Como apenas o presidente está na mídia todos os dias, sua intenção de voto incha. Os atuais patamares de avaliação de Lula e de seu governo indicam segundo turno em 2006.

CONTRAPONTO

Afinidades eletivas

A disputa renhida pela presidência da Câmara dos Deputados se repetiu, sem merecer a mesma atenção, no preenchimento dos demais cargos da Mesa Diretora. Um dos mais cobiçados era a primeira-secretaria, pela qual duelavam Valdemir Moka (MS) e Inocêncio Oliveira (PE), ambos do PMDB.
No corpo-a-corpo em busca de votos, Moka abordou um grupo de colegas petistas que conversavam em uma roda:
-Vocês sabem que sou primo do Zeca do PT, não sabem?
Diante da referência ao governador de Mato Grosso do Sul, os petistas apenas sorriram, pois os dois, apesar do parentesco, são adversários políticos no Estado.
Percebendo que seu concorrente não obtivera êxito, Inocêncio tentou outra conversa:
-Vocês sabem que, perto do Moka, eu sou de centro-esquerda, né?-, soltou o ex-pefelista, que acabou ficando com a vaga.


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