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Jobim defende reajuste para deputado
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), Nelson Jobim,
defendeu ontem a extensão ao
presidente da República e a deputados e senadores do teto salarial
de R$ 21.500, valor que ele propõe
para a remuneração dos ministros do STF, e acrescentou que isso "provavelmente" ocorrerá.
"Politicamente é melhor a equiparação global [do maior salário
dos três Poderes da República]",
disse Jobim, após ser recebido pelo presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL).
Hoje o salário do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva está fixado em R$ 8.800 e o dos congressistas, em R$ 12.847, além de R$
35 mil de verba de gabinete para
despesas extras. Há forte pressão
interna no Congresso pelo aumento. Na Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE) elegeu-se presidente prometendo equiparação
com os ministros do STF.
Em dezembro de 2004, Jobim
enviou à Câmara um projeto de
lei que eleva o salário dos 11 ministros do STF para R$ 21.500 a
partir de janeiro de 2005 e R$
24.500 após janeiro de 2006. Hoje,
a remuneração deles varia conforme o tempo de serviço, e a maioria recebe R$ 17.343.
Ontem, Jobim disse que o Congresso deve primeiramente aprovar esse projeto de lei e depois, se
for o caso, editar um decreto legislativo elevando o seu salário.
O ministro deixou claro que a
Constituição e as leis não exigem
a equiparação do salário do STF
com a dos outros Poderes e que
cabe ao Congresso avaliar a conveniência política.
No Judiciário da União, o novo
salário do STF aumentará a folha
de pagamento dos 5.000 juízes
-trabalhistas, federais e militares- em R$ 484 milhões neste
ano, por causa do efeito em cascata. A folha anual passará para R$
1,822 bilhão.
Também poderá haver efeito
em cascata no Legislativo, já que
deputados estaduais ganham até
75% do que é pago aos federais.
Critérios para CNJ
O ministro Nelson Jobim também defendeu que o Senado adote critérios mínimos para a composição do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Um dos critérios é
que os dois cidadãos a serem indicados pelo Congresso não sejam
ex-congressistas.
O CNJ é o órgão de controle externo previsto na reforma do Judiciário para fiscalizar juízes e o
planejamento dos gastos do Judiciário. Ele deverá ser instalado até
junho e terá 9 juízes, 2 advogados,
2 membros do Ministério Público
e 2 representantes da sociedade
escolhidos pelo Congresso.
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