São Paulo, segunda, 23 de fevereiro de 1998

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Testemunhos têm lacunas

da Sucursal do Rio

Os depoimentos das testemunhas do caso Zuzu Angel têm limitações, lacunas e alguns aspectos que não foram esclarecidos.
O advogado Marcos Pires disse que, em 1976, morava no edifício Tiberius, que fica a cerca de 200 m do local onde a estilista morreu.
Em carta autenticada em cartório no dia 21 de novembro de 1997, ele escreveu à colunista social Hildegard Angel, filha de Zuzu Angel, dizendo ter ouvido na madrugada de 14 de abril de 76 um barulho estranho de um carro na saída do túnel Dois Irmãos.
Por isso, teria descido do prédio, com dois amigos, para ver o que ocorrera.
Na carta, ele não disse que viu um carro abalroando o de Zuzu Angel. No último dia 11, fez essa afirmação em entrevista à Folha.
Pires demorou mais de 21 anos para se dirigir à família da estilista. Para ele, o acidente "foi forjado".
O advogado afirma que, na época da morte da estilista, procurou os políticos de oposição Marcondes Gadelha e Antônio Mariz para relatar o fato.
Embora assegure que o carro de Zuzu Angel foi abalroado, Pires diz não saber que automóvel empurrou o Karmann-Ghia. "Prestei atenção no carro que caiu, não no outro."
Memória
O advogado Carlos Machado Medeiros enviou uma declaração à família Angel, que a entregou à Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos do Ministério da Justiça.
Medeiros afirmou ter visto do seu carro uma fechada no Karmann-Ghia de Zuzu Angel, provocando a morte da estilista.
Ao conversar no Rio com um integrante da comissão, porém, o advogado disse não se lembrar do fato.
Há três anos, ele sofreu um acidente automobilístico que provocou problemas cerebrais. Ele tem deficiência de memória e de coordenação motora.
Dois amigos seus escreveram à comissão contando que, antes de se acidentar, Medeiros dizia ter presenciado o suposto atentado contra Zuzu Angel. (MM)



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