São Paulo, Terça-feira, 23 de Fevereiro de 1999
Próximo Texto | Índice

PAINEL

Verdinhas

No cálculo do PSDB, quinze deputados que migraram para o PMDB sairão da legenda se não for aprovado o ""imposto verde" (sobre combustíveis). A medida turbinaria a pasta dos Transportes, do peemedebista Padilha. Essa perspectiva ajudou a sigla a saltar de 82 para 98 deputados.

Guerra na Câmara

Além da crise com o PSDB, o inchaço do PMDB provoca problemas internos. Deputados que já estavam na sigla reclamam de privilégios reservados aos novatos como compensação pela adesão. Exemplo leve: participação em comissões importantes.

Na trilha de Itamar

Parecer do Banco Central que será tornado público no Senado hoje diz que não há como rolar uma dívida mobiliária de R$ 400 milhões da Prefeitura de São Paulo. Ou Pitta arruma um socorro político ou tem de pagar.

Retórica eleitoral...

FHC insinuou uma comparação entre Itamar e Joaquim Silvério dos Reis, que traiu Tiradentes, em resposta à entrevista do antecessor ao ""Passando a Limpo", da TV Record. O presidente não gostou das comparações de Itamar sobre os números da economia nas duas gestões.

...e piora na relação

Itamar, na visão de políticos aliados, conseguiu fugir do rótulo de ""vilão" na entrevista a Boris Casoy. No Planalto, dizem que ele falou demais de política nacional e pouco sobre o ajuste que promete fazer em Minas. E que teria sido injusto ao atribuir à reeleição as mazelas do país hoje.

Cabo-de-guerra

O senador José de Alencar (MG) tenta marcar com Jader Barbalho (PA), presidente do PMDB, audiência de Itamar com os senadores do partido ainda nesta semana, antes da reunião de FHC com os governadores na sexta. Alencar é aliado do governador mineiro, e Jader, de FHC.

Promotores de biquinho

Ao proibir a conversão de férias em dinheiro, Covas compra mais uma briga com o funcionalismo. Um foco de insatisfação está no Ministério Público.

A toque de caixa

Hoje, ACM deve receber de todos os partidos, inclusive do PT, os nomes dos senadores que comporão a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Avalia que, assim, conseguirá instalar a comissão e sabatinar Armínio Fraga (BC) até sexta.

Da direita à esquerda

A Câmara divulgou ontem a aposentadoria de mais 14 ex-deputados. Entre eles, estão Prisco Viana (PPB-BA), Paes de Andrade (PMDB-CE), Sandra Starling (PT-MG), Ivan Valente (PT-SP) e Paulo Heslander (PTB-MG).

Mágoa no armário

De um cacique governista, sobre FHC ter dito na mensagem que enviou ao Congresso que a ""adversidade" uniu Executivo e Legislativo: ""Quer dizer então que o sucesso nos separava?".

Tomando conta

Emílio Carazzai, que assumiu a Caixa por pressão do PFL e a contragosto da equipe econômica, está fazendo a sua primeira nomeação para a diretoria do banco: Fernando Carneiro.

Radicais vão adorar

Tarso Genro proporá na reunião do Diretório Nacional do PT, no fim-de-semana, que o partido ""discuta com a sociedade uma campanha pela renúncia de FHC". Genro volta a propor emenda à Constituição para antecipar a eleição de 2002.

Estética morena

Brizola mudou o visual de novo. Deixou o acaju e acabou de pintar os cabelos de preto.

Visita à Folha

O deputado federal Emerson Kapaz (PSDB-SP) visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Marília Salomão, assessora de imprensa.

J. Murillo Valle Mendes, diretor-presidente da Mendes Júnior Participações S/A, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Victório Duque Semionato, managing director da Mendes Júnior International CO, e de Carlos Brickmann, da Brickmann & Associados Comunicação.

TIROTEIO

Do deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP), sobre o Brasil ter 5% do desemprego mundial, índice que vem crescendo e é desproporcional ao peso do país:
- É injusto acusar FHC de só pensar nos banqueiros estrangeiros. O presidente também pensa nos trabalhadores dos outros países. Tanto que está exportando empregos para a Europa, para os EUA, para o Japão...

CONTRAPONTO
Meio complicado

O ministro-chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho, foi ao Congresso ontem entregar a mensagem presidencial para a legislatura de 1999. Com fama de tímido e duro, acabou se descontraindo ao final da cerimônia.
Depois da leitura da mensagem e do discurso de ACM, presidente do Congresso, que atacou indiretamente a moratória de Minas declarada por Itamar Franco, a guerra entre Estados e União dominou as conversas.
Carvalho resolveu ir embora logo, mas foi visto pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que correu atrás dele e apelou:
- É importante que o presidente e o Itamar conversem. O Fernando Henrique poderia ligar para o Itamar e acabar com isso, olhando olhos nos olhos.
- Por telefone, não dá pra olhar olhos nos olhos! - respondeu Carvalho, despedindo-se educadamente do senador.
Suplicy deu risadas e acabou concordando que realmente seria difícil.


Próximo Texto: Congresso: ACM critica intromisssão do FMI em problemas internos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.