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FHC prevê sacrifício
para a população
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique
Cardoso afirmou ontem, na mensagem enviada ao Congresso por
ocasião da abertura da legislatura,
que 1999 será um ano de sacrifício,
com fortes restrições econômicas e
orçamentárias.
"Os próximos meses serão de sacrifício. Ao dizê-lo, tenho plena
noção do peso da palavra: sacrifício não só para o governo e as empresas, mas para as pessoas", diz a
mensagem de FHC.
"É para mim doloroso -é inaceitável- pensar que o custo da
turbulência externa e do ajuste interno irá pesar de maneira desproporcional sobre os mais pobres, especialmente aqueles que a partir
do Plano Real tiveram acesso pela
primeira vez aos benefícios mais
elementares do desenvolvimento",
completa.
O presidente ressaltou que está
disposto a discutir alternativas para melhorar a situação dos Estados. "Alternativas que a meu ver
não podem deixar de contemplar a
redução dos gastos estaduais com
servidores ativos e inativos."
"Nunca foi nem é propósito de
meu governo alcançar equilíbrio
das contas da União à custa do estrangulamento financeiro dos Estados. Ao contrário, toda a minha
ação (...) foi no sentido de aliviar os
Estados do peso do endividamento
excessivo a que muitos foram levados pela irresponsabilidade fiscal
de administrações passadas."
Na avaliação do presidente, a rejeição pelo Congresso da medida
que previa a contribuição dos servidores inativos, em dezembro, e a
moratória do governador Itamar
Franco (MG), no mês passado, detonaram a desvalorização do real e
"a terceira onda de crise" (depois
da Ásia e da Rússia).
Diante da situação, o presidente
demonstrou confiança de que os
governos federal e estaduais e o
Congresso farão de 99 "o ano da virada" no combate ao déficit público ("o que fragiliza o Brasil aos
olhos do mundo") e na consolidação do Plano Real.
FHC afirmou que, depois da desvalorização, o setor exportador será a "ponta-de-lança" da retomada
do crescimento.
Ele cobrou rapidez na aprovação
do ajuste fiscal e disse que o governo tomará as medidas necessárias
para defender o poder de compra
da população -ameaçado pela
volta da inflação.
"Vamos voltar a crescer a taxas
expressivas, na medida em que a
consolidação do ajuste fiscal nos
permita superar decididamente a
turbulência financeira do momento e reduzir as taxas de juros", diz a
mensagem entregue pelo ministro
Clóvis Carvalho (Casa Civil) ao
presidente do Congresso, Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
FHC defendeu como "oportuna"
a "rediscussão" das bases fiscais do
pacto federativo, "para que se coloquem em perspectiva os avanços
e percalços das duas faces do processo de descentralização: a repartição das receitas e a divisão das
competências".
Fernando Henrique Cardoso
aproveitou para pedir ao Congresso para avaliar e aprovar a reforma
política.
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