São Paulo, Terça-feira, 23 de Fevereiro de 1999
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CASO CECI
Inquérito será concluído esta semana
Polícia decide não indiciar Talvane já

da Agência Folha, em Maceió

O inquérito da Polícia Civil de Alagoas sobre o assassinato da deputada Ceci Cunha (PSDB-AL) e de mais três pessoas será concluído esta semana sem indiciar o deputado Talvane Albuquerque (PTN-AL) como o autor intelectual da chacina.
O processo que será enviado à Justiça indicia quatro acusados de serem os autores materiais da morte de Ceci: Alécio Alves dos Santos e Jadielson Barbosa Silva, ambos funcionários de Talvane na Câmara, o cabo eleitoral Mendonça da Silva e José Alexandre Santos, acusado de vender as armas do crime para Jadielson e Alécio.
A versão oficial do delegado que preside o inquérito, Paulo Braz, é a de que nenhum dos quatro indiciados acusaram o deputado de mandante do assassinato. ""As evidências levam ao deputado Talvane Albuquerque, mas vamos encerrar o inquérito indiciando apenas os autores materiais", disse.
A Agência Folha apurou que o não-indiciamento é uma estratégia das polícias Civil e Federal. Na tese das polícias, se Albuquerque fosse indiciado já, os autores do crime poderiam ganhar liberdade.
Eles estão presos por um decreto de prisão preventiva, que mantém uma pessoa detida por até 81 dias se a instrução processual (processo) não for iniciada.
Se o nome do deputado fosse incluído entre os indiciados, a Justiça alagoana teria de remeter o processo ao STF, que pediria um parecer à Procuradoria da República.
Caso concluísse haver indícios para abrir o processo, o ministro que relatasse o caso no STF deveria pedir a quebra da imunidade parlamentar de Albuquerque.
As polícias estimam que, até o processo chegar ao STF, passar pela Procuradoria e ser enviado à Câmara, seriam consumidos de quatro a seis meses. Isso colocaria os acusados em liberdade. Pensam também que, ao não acusar Albuquerque já, podem esperar o resultado do processo de cassação contra ele na Câmara. (ARI CIPOLA)


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