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PÓS-IMPEACHMENT
Ex-presidente dará aulas de relações internacionais como visitante na Universidade do Novo México
Collor vira professor nos Estados Unidos
EDIANA BALLERONI
especial para a Folha de Miami
A partir de agosto, o ex-presidente Fernando Collor de Mello
passa a dar aulas de Relações Internacionais na Universidade do Novo México.
O ex-presidente deixará de ter
apenas um visto para turistas
-que o obrigava a sair regularmente dos Estados Unidos- e
passará a usufruir do status de
"professor visitante".
As aulas serão dadas em um curso especial, cujo tema será a formação e as relações dos blocos
econômico-comerciais nas Américas, como o Mercosul e o Nafta.
Serão duas aulas por mês, totalizando cinco horas. A assessoria do
ex-presidente Collor não quis revelar quanto ele receberá em seu
novo emprego.
Collor já havia tentado lecionar
em universidades de Miami sem
sucesso. O fato de não possuir
qualquer curso de pós-graduação
ou mesmo mestrado barrou a sua
pretensão de se tornar professor
universitário na cidade onde reside atualmente.
A Florida International University chegou a cogitar de criar um
curso especial para ele, mas professores dos cursos regulares protestaram contra a possibilidade.
Lipton
Enquanto não assume a nova
função, Collor se ocupa com palestras e outras atividades menos
estressantes. Há uma semana, voltou de um ciclo de conferências na
Europa, onde esteve na França e
na Suécia.
Durante os próximos dias, o
ex-presidente poderá ser encontrado no Lipton, um dos torneios
de tênis mais concorridos dos Estados Unidos, realizado em Key
Biscayne.
Ele comprou um camarote, de
quatro lugares, para todos os dez
dias do campeonato.
A divulgação do Lipton informou à Folha que os camarotes são
reservados com um ano de antecedência e custam entre US$ 4 mil e
US$ 24 mil, dependendo da localização. Eles não quiseram dizer
exatamente quanto o ex-presidente pagou pelo seu.
Junto com Collor, assistirão ao
torneio sua mulher, Rosane, seu
filho mais velho, Arnon, e, provavelmente, seu assessor de imprensa, Roni Curvelo.
Curvelo informou à Folha que
Arnon, de 21 anos, não tem qualquer intenção de ingressar na política nem conta com o incentivo do
pai para isso, conforme recentemente divulgado.
Banco do Brasil
Collor pretende processar o Banco do Brasil por quebra de sigilo.
O banco teria fornecido a uma
emissora de televisão cópias dos
recibos das remessas de dinheiro
que as organizações Arnon de Mello fazem para o ex-presidente, em
quantias mensais que giram em
torno de US$ 100 mil.
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