São Paulo, sexta-feira, 23 de março de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Falb não sabe o que diz", afirma delegado da PF

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O delegado especializado em questões fundiárias da PF em Manaus, Anilton Turíbio, disse que, além de ter admitido sonegação fiscal e contato com uma rede de venda de terras, Falb Saraiva de Farias foi preso com base em investigações de 8 dos 35 inquéritos contra ele.
Os oito inquéritos são de uma área denominada de Seringal Palhal, localizada em Canutama (AM), superdimensionada, segundo o Incra, de 450 hectares para 365 mil hectares.
Os inquéritos estão também sendo a base para o trabalho da CPI da Grilagem. Membros da comissão desconsideraram as críticas do acusado. "Falb não sabe o que diz, ele não tem idéia da documentação que a CPI dispõe sobre ele."
Segundo Turíbio, as áreas aumentadas foram desmembradas para as empresas Amazonacre Ltda., Ecomex S/A e Day Shop Supermercados Ltda., que tem como sócio o próprio Falb. "Está comprovado que houve aumento irregular da área, com base em escrituras de reratificação. Ele vendeu para algumas pessoas e para suas próprias empresas", disse.
Segundo Turíbio, a situação de Falb é complicada, pois serão investigadas as vendas de terras de mais dez áreas, que totalizam, segundo o Incra, 12 milhões de hectares. "Se pegarmos cada venda dessa, teoricamente seria um estelionato. As vendas são fictícias. Ele usou um engodo, produziu documentação falsa para vender uma terra que não é dele. Aí temos a materialidade do crime."
Em Brasília, o advogado de Falb, Valcimar de Souza Oliveira, entrou com recurso contra a prisão, alegando ilegalidade. O caso está em análise no Tribunal Regional Federal. (KB)


Texto Anterior: Grilagem: Acusado critica integrantes de CPI
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.