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Ministro anuncia reajuste a servidor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, anunciou ontem
reajuste superior à inflação para
"várias" categorias de funcionários públicos. Segundo ele, o índice máximo e mínimo não está definido, mas adiantou que o governo trabalha com o índice de inflação de 9,5% no ano passado.
Mantega não revelou quais categorias serão beneficiadas com
reajuste superior à inflação, mas
disse que entre elas estão os servidores que compõem o PCC (Plano de Classificação de Cargos)
-que não têm uma carreira específica, como secretárias, auxiliares e técnicos administrativos
de nível médio. Segundo ele, os
servidores do PCC atingem 391
mil, entre ativos e inativos. No total, a folha de pagamentos da
União abrange 1,1 milhão de servidores ativos e inativos.
O ministro disse que não haverá
reajuste linear. "Estamos estudando reajustes por categorias, de
modo a beneficiar as carreiras que
tiveram reajuste menor nos últimos anos." O reajuste deverá entrar em vigor em 1º de maio.
O governo pretendia, na semana passada, conceder um reajuste
salarial linear inferior a 2,67% retroativo a janeiro e gratificações
diferenciadas para os servidores
públicos que ganham menos. Os
servidores querem um reajuste de
127% e, caso não sejam atendidos,
ameaçam entrar em greve.
O ministro concedeu entrevista
no Palácio do Planalto, ao final de
reunião de coordenação política,
da qual participou, excepcionalmente. Além de Mantega, também participou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que
igualmente não integra o chamado "núcleo duro" do governo.
Mantega disse que os reajustes
estão em discussão dentro do governo e com representantes de diversas categorias de servidores.
Segundo ele, o governo dispõe de
R$ 1,5 bilhão para conceder reajuste salarial, mais R$ 900 milhões
para a reestruturação de carreiras
-o que, em muitos casos, significa reajuste salarial.
Ao todo, incluindo os funcionários que estão sendo contratados
por concurso, a folha de pagamentos da União vai passar de R$
78 bilhões para R$ 84 bilhões, segundo o ministro. Segundo Mantega, a discussão de reajustes nada
tem a ver com movimentos reivindicatórios, como os dos funcionários da PF, do Ministério da
Agricultura, da Previdência e da
Advocacia Geral da União.
Polícia Federal
Não houve acordo na reunião
da noite de ontem entre grevistas
da PF e governo. O Ministério da
Justiça promete apresentar até as
12h uma proposta aos manifestantes. A operação padrão nos aeroportos pode recomeçar na tarde de hoje caso não haja entendimento. A greve começou no dia 9.
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