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Ministro diz que jornalistas são
mal-educados e vê mau-caratismo
DA REPORTAGEM LOCAL
A participação ontem do ministro José Dirceu (Casa Civil) em
evento sobre inclusão social em
São Paulo foi marcada por um bate-boca com a imprensa.
Incomodado com uma série de
perguntas sobre o seu relacionamento com o empresário Rogério
Buratti e as implicações do caso
Waldomiro Diniz, o ministro Dirceu chamou os jornalistas presentes no local de "bando de mal-educados" e disse ser "mau-caratismo" um dos questionamentos
direcionados a ele.
Dirceu elevou o tom de voz
quando, após ter afirmado conhecer Buratti desde os anos 80, foi
indagado sobre ter-se encontrado
com o empresário em Brasília.
O ministro respondeu a uma
pergunta de um jornalista do
"Globo": "É isso que não pode, está vendo? Eu já disse que não tive
relação com ele, mas a má-fé, o
mau-caratismo levam a esse tipo
de pergunta". Dirceu disse ainda
ter direito de opinar e de, portanto, classificar de "mau-caratismo"
uma das perguntas. "Você faz a
pergunta, e eu respondo: é má-fé,
é mau-caratismo."
Para o ministro, há setores da
imprensa que agem como se estivessem acima da lei. Ele se referia
à tentativa dos jornalistas, na semana passada, de ter acesso ao
prontuário de Buratti, que trabalhou com Dirceu na Assembléia
Legislativa em 1987, quando o ministro era deputado estadual.
Ao deixar a palestra, Dirceu irritou-se novamente com o número
de jornalistas que o cercavam para perguntar sobre o seu encontro
com o ex-governador Orestes
Quércia amanhã. Parou de caminhar, reclamou dos seguranças
que esbarravam nele e disse que
os repórteres "não eram civilizados". Concluiu: "São um bando
de mal-educados". Questionado
sobre estar chateado com a mídia,
respondeu: "Não. Sem a mídia
brasileira o Brasil não é nada".
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