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Evento discute se
esquerda também
era golpista em 64
DA SUCURSAL DO RIO
Esquerda e direita eram
igualmente golpistas em 1964?
A polêmica dividiu historiadores e cientistas políticos que
participaram, ontem, do primeiro dia do seminário sobre
os 40 anos do regime militar,
promovido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), UFF (Universidade Federal Fluminense)
e UFRJ (Universidade Federal
do Rio de Janeiro).
O clima de golpismo generalizado foi defendido por três
pesquisadores do período: Maria Celina D'Araújo (FGV),
Carlos Fico (UFRJ) e Jorge Ferreira (UFF). O historiador Jacob Gorender, Caio Navarro de
Toledo (Unicamp) e Maria
Aparecida de Aquino (USP)
disseram ser contra a tese.
O historiador Celso Castro
(FGV) foi conciliador: "Por um
lado, temos que evitar o papel
de vitimização das esquerdas,
como se elas, coitadinhas, não
tivessem noção do que estavam
fazendo. Elas eram atores naquele tenso jogo político que
foi o governo João Goulart".
Até os anos 90, a historiografia defendia a tese de que o golpe foi ato exclusivo da direita.
Hoje, isso é revisto. Segundo
Navarro de Toledo, as chamadas esquerdas que cercavam
Jango foram responsáveis pelo
"agravamento do processo político" que resultou no golpe,
mas não tinham a intenção de
pôr fim à ordem democrática.
"A idéia de que o golpe de 64 foi
preventivo é errada."
(MFM)
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