São Paulo, segunda, 23 de março de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

General faz crítica a atual investigação

da Sucursal do Rio

O general da reserva Newton Cruz condenou a investigação sobre a morte de Zuzu Angel realizada pela comissão do Ministério da Justiça.
"Não estou discutindo o que aconteceu", disse Cruz. "Eu acho que isso que aconteceu não deveria ser motivo de apuração hoje."
"Acho até que, se houve isso que eu li aí, que o carro foi fechado, isso foi uma estupidez, uma ignomínia danada, mas não pode ser trazido à baila agora em termos de pagar ou não pagar."
"Todo exagero é condenável. Mas houve uma anistia que diz o seguinte: são anistiados aqueles que fizeram isso, isso e isso e também os crimes conexos, qualquer crime que tenha relação."
Newton Cruz considerou a criação da comissão do Ministério da Justiça contraditória com a Lei da Anistia, de agosto de 79. "A anistia era para os dois lados. Anistia para mim é esquecimento."
Em 76, Cruz dirigia o gabinete do chefe do SNI (Serviço Nacional de Informações), general João Figueiredo, depois presidente no último governo militar (79-85).
Cruz afirmou nunca ter recebido informe dos agentes do serviço sobre a morte da estilista.
A representante das famílias das vítimas na comissão, Suzana Lisboa, discorda da opinião do general: "A comissão não contraria a Lei da Anistia porque, infelizmente, não estão sendo apontados os nomes dos culpados, mas só a responsabilidade do Estado". (MM)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.