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Carreira pública inclui controle de estatais em 85
Da Redação
O economista Henri Philippe
Reichstul volta ao setor público em
uma área que já controlou. No início do governo José Sarney (1985-90), ele comandou, por cerca de
um ano, a Secretaria de Controle
das Empresas Estatais (Sest).
A passagem do economista pelo
governo federal coincidiu com a
gestão de João Sayad na Secretaria
do Planejamento (1985-87).
Quando deixou a Sest, órgão subordinado ao Planejamento,
Reichstul assumiu a secretaria geral da pasta em substituição a
Francisco Vidal Luna, ficando no
posto até Sayad sair do governo.
Ao deixar a secretaria geral, em
abril de 1987, Reichstul brincou
com jornalistas: "Vocês querem
uma declaração? Pois tomem nota:
nós, da iniciativa privada, achamos o governo uma eme".
Em 1988, Sayad, Reichstul e Luna
criaram o Banco SRL (referência às
iniciais dos três sócios), hoje chamado Banco Inter American Express, após uma associação, em
1997, com o braço bancário da
American Express, grupo de cartões de crédito dos EUA.
Desde então, Reichstul vinha
ocupando uma das vice-presidências do banco, do qual Sayad é presidente (leia texto ao lado).
A proximidade de Sayad é, porém, anterior ao governo Sarney.
Na gestão de Sayad na Secretaria
da Fazenda de São Paulo (1983-85), Reichstul foi um de seus assessores, atuando no controle das empresas estatais paulistas.
Ainda no primeiro ano do governo Sarney, quando a área econômica se dividiu em dois grandes
blocos, um a favor de cortes nos
gastos públicos e outro contra,
Reichstul foi um dos principais alvos do primeiro grupo, liderado
por Francisco Dornelles, então ministro da Fazenda por indicação
do presidente eleito Tancredo Neves, que morreu antes de assumir.
Sayad comandava o outro bloco.
Na época, Reichstul defendia a
permanência de alguns setores sob
controle estatal, como petróleo e
telecomunicações, e que, antes de
eventual privatização, as empresas
públicas deveriam ser saneadas.
Já como secretário-geral do Planejamento, participou da equipe
que realizou o Plano Cruzado, lançado em fevereiro de 1986.
No ano seguinte, quando o plano
mostrava sinais de fracasso,
Reichstul defendeu a redução dos
gastos públicos em meio a "medidas de ajuste global" do Cruzado.
Na secretaria geral, ele seria o
substituto natural de Sayad, mas,
sendo francês naturalizado brasileiro, foi em várias oportunidades
impedido de assumir interinamente o Planejamento, que tinha
então status de ministério -a
Constituição em vigor na época reservava o cargo de ministro somente aos brasileiros natos.
Desde 1988, não pode haver distinção entre brasileiros natos e naturalizados, exceto em casos previstos na atual Constituição. Hoje,
os cargos reservados só a brasileiros natos são os de presidente e vice-presidente da República, presidente da Câmara ou do Senado,
ministro do Supremo Tribunal Federal e integrante das Forças Armadas e carreiras diplomáticas.
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