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São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2003

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Genoino diz ser justo cobrar de inativo

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente nacional do PT, José Genoino, iniciou ontem na Câmara dos Deputados articulação para tentar superar a forte resistência na bancada petista contra a cobrança de contribuição dos servidores inativos que ganham acima de R$ 1.058 por mês. A medida é um dos pontos mais polêmicos da proposta de reforma da Previdência do governo federal.
"Defendo a cobrança dos inativos por uma questão de justiça. Cobrar [dos inativos] é ser de esquerda", disse Genoino, após expor números da média dos benefícios dos aposentados do âmbito privado -R$ 389, segundo o governo- e de setores do funcionalismo, que chegaria a R$ 12.571 no caso do Ministério Público.
Genoino almoçou com o líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA), um dos principais opositores da cobrança. A primeira medida acertada foi um debate a ser realizado hoje entre o ministro Ricardo Berzoini (Previdência) e a bancada federal petista.
Genoino afirmou que, pessoalmente, preferia que a cobrança fosse feita para os salários acima de R$ 2.400, mas que, devido ao acordo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os governadores em torno dos R$ 1.058 -ocorrido em encontro na semana passada-, vai defender este valor.
Ele ressalvou que o governo pretende ter dos governadores a contrapartida de mobilização das bancadas para aprovar as reformas e que, para isso, vai procurar a liderança dos oposicionistas PFL e PSDB antes das votações.
Apesar de haver apoiado no governo passado, o PFL vai se posicionar contra a cobrança de contribuição previdenciária dos inativos do serviço público quando a proposta do governo Lula for enviada ao Congresso. "O governo tenta passar a idéia de combate aos marajás, que o aposentado do serviço público ganha muito. Essa era uma bandeira do Collor", disse o líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA). Ele refere-se ao ex-presidente Fernando Collor de Mello, que se elegeu contra Lula em 89 tendo a bandeira da "caça aos marajás", servidores com altos salários.


Colaborou RAYMUNDO COSTA, da Sucursal de Brasília


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