|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Genoino diz ser justo cobrar de inativo
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente nacional do PT, José Genoino, iniciou ontem na Câmara dos Deputados articulação
para tentar superar a forte resistência na bancada petista contra a
cobrança de contribuição dos servidores inativos que ganham acima de R$ 1.058 por mês. A medida é um dos pontos mais polêmicos da proposta de reforma da
Previdência do governo federal.
"Defendo a cobrança dos inativos por uma questão de justiça.
Cobrar [dos inativos] é ser de esquerda", disse Genoino, após expor números da média dos benefícios dos aposentados do âmbito
privado -R$ 389, segundo o governo- e de setores do funcionalismo, que chegaria a R$ 12.571 no
caso do Ministério Público.
Genoino almoçou com o líder
do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA), um dos principais
opositores da cobrança. A primeira medida acertada foi um debate
a ser realizado hoje entre o ministro Ricardo Berzoini (Previdência) e a bancada federal petista.
Genoino afirmou que, pessoalmente, preferia que a cobrança
fosse feita para os salários acima
de R$ 2.400, mas que, devido ao
acordo do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva com os governadores em torno dos R$ 1.058 -ocorrido em encontro na semana passada-, vai defender este valor.
Ele ressalvou que o governo
pretende ter dos governadores a
contrapartida de mobilização das
bancadas para aprovar as reformas e que, para isso, vai procurar
a liderança dos oposicionistas
PFL e PSDB antes das votações.
Apesar de haver apoiado no governo passado, o PFL vai se posicionar contra a cobrança de contribuição previdenciária dos inativos do serviço público quando a
proposta do governo Lula for enviada ao Congresso. "O governo
tenta passar a idéia de combate
aos marajás, que o aposentado do
serviço público ganha muito. Essa
era uma bandeira do Collor", disse o líder do PFL na Câmara, José
Carlos Aleluia (BA). Ele refere-se
ao ex-presidente Fernando Collor
de Mello, que se elegeu contra Lula em 89 tendo a bandeira da "caça aos marajás", servidores com
altos salários.
Colaborou RAYMUNDO COSTA, da Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Na oposição, PFL agora é contra cobrar inativos Índice
|