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São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2003

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NO AR

Começou a "briga"

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Falam em duas reformas, mas a "prioridade", pelo menos na avaliação de Franklin Martins, é mesmo a da Previdência.
Segundo o analista, a recepção antes do feriado foi a melhor possível. Dele, dias atrás, no Jornal Nacional:
- No Planalto, a avaliação é de que a largada para a batalha da reforma da Previdência não poderia ter sido melhor.
Que o mercado gostasse, é claro, "já era esperado":
- Mais surpreendente foi a reação do mundo político. O governo esperava resposta mais dura das centrais sindicais e da ala esquerda.
Só que isso foi na véspera do feriado. O "mundo político", as centrais e tudo mais estavam em ritmo de praia.
Ontem a história já era outra. Os presidentes de CUT e Força Sindical cobravam, na CBN e em outras partes, limitar "de qualquer jeito" a taxação dos inativos a quem ganha acima de R$ 2.400, do contrário "é melhor não fazer".
Eles se agarraram a José Genoino, que durante o feriado sugeriu os R$ 2.400.
E assim começou a "briga", na expressão de Martins. Lula, que vinha de defender a reforma em Ouro Preto, carregou no jogo de imagens.
Citou a crucificação de Cristo "para salvar a humanidade" e pediu "um pouco do nosso sacrifício para salvar este imenso Brasil".
Fez o apelo emocional. O ministro da Previdência foi à Globo dar argumentos.
Em longa entrevista, Ricardo Berzoini disse estar "buscando dar equilíbrio ao sistema de servidores públicos, que é desequilibrado tanto na União como nos Estados".
Falou que o limite de taxação "não é moeda de troca" e chegou perto de criticar o presidente do PT. Disse que a idéia dele é "legítima", mas que a reforma proposta é "do governo junto com 27 governadores".
Para fechar o dia, Genoino surgiu para dizer que os petistas terão que engolir o teto de R$ 1.058 para os inativos isentos de taxação.
 
A reforma da Previdência é "um assunto de que a gente tem tratado há muitos anos", na observação cansada de um apresentador da Globo. Nada cansada, embora também de "muitos anos", é a cobertura da violência urbana.
Policiais são emboscados, um político diz que vai prender os culpados em dias pois eles "têm que saber que não se atira em polícia", os "bandidos" reagem com ataque de coquetel molotov a outro ônibus.
Um filme de ação.


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