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NO AR
Começou a "briga"
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
Falam em duas reformas,
mas a "prioridade", pelo
menos na avaliação de Franklin
Martins, é mesmo a da Previdência.
Segundo o analista, a recepção antes do feriado foi a melhor possível. Dele, dias atrás, no
Jornal Nacional:
- No Planalto, a avaliação é
de que a largada para a batalha
da reforma da Previdência não
poderia ter sido melhor.
Que o mercado gostasse, é claro, "já era esperado":
- Mais surpreendente foi a
reação do mundo político. O governo esperava resposta mais
dura das centrais sindicais e da
ala esquerda.
Só que isso foi na véspera do
feriado. O "mundo político", as
centrais e tudo mais estavam
em ritmo de praia.
Ontem a história já era outra.
Os presidentes de CUT e Força
Sindical cobravam, na CBN e
em outras partes, limitar "de
qualquer jeito" a taxação dos
inativos a quem ganha acima
de R$ 2.400, do contrário "é melhor não fazer".
Eles se agarraram a José Genoino, que durante o feriado sugeriu os R$ 2.400.
E assim começou a "briga", na
expressão de Martins. Lula, que
vinha de defender a reforma em
Ouro Preto, carregou no jogo de
imagens.
Citou a crucificação de Cristo
"para salvar a humanidade" e
pediu "um pouco do nosso sacrifício para salvar este imenso
Brasil".
Fez o apelo emocional. O ministro da Previdência foi à Globo dar argumentos.
Em longa entrevista, Ricardo
Berzoini disse estar "buscando
dar equilíbrio ao sistema de servidores públicos, que é desequilibrado tanto na União como
nos Estados".
Falou que o limite de taxação
"não é moeda de troca" e chegou perto de criticar o presidente do PT. Disse que a idéia dele é
"legítima", mas que a reforma
proposta é "do governo junto
com 27 governadores".
Para fechar o dia, Genoino
surgiu para dizer que os petistas
terão que engolir o teto de R$
1.058 para os inativos isentos de
taxação.
A reforma da Previdência é
"um assunto de que a gente tem
tratado há muitos anos", na observação cansada de um apresentador da Globo. Nada cansada, embora também de "muitos
anos", é a cobertura da violência urbana.
Policiais são emboscados, um
político diz que vai prender os
culpados em dias pois eles "têm
que saber que não se atira em
polícia", os "bandidos" reagem
com ataque de coquetel molotov
a outro ônibus.
Um filme de ação.
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