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Mantega propõe
gratificação de
8% a procuradores
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cobrado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, o ministro
Guido Mantega (Planejamento)
apresentou ontem à Casa Civil
um projeto de gratificação de até
8% para os procuradores do INSS
e da Advocacia Geral da União.
Eles pedem isonomia com os da
Fazenda Nacional, que têm prêmio de produtividade de até 30%.
Simultaneamente, haverá um
decreto para regulamentar os critérios de produtividade dos procuradores das três áreas do governo federal, porque o Planejamento não aceita que os do INSS e da
AGU "herdem" o prêmio da produtividade da Fazenda Nacional.
Na Fazenda, a produtividade é
medida pelo volume de arrecadação de impostos a mais por ano.
No INSS, o critério será parecido.
Na AGU, o cálculo será pelo valor
das ações judiciais contra a União
que eles ganharem ou simplesmente impedirem de ir adiante.
Numa reunião de dez ministros,
na última terça-feira, Lula cobrou
de Mantega uma solução para a
questão, deixando claro que não
queria mais confusão com os procuradores da AGU, que receberam do governo um projeto de lei
para reestruturar a carreira. Eles,
no entanto, continuam em greve.
Conforme a Folha apurou,
Mantega replicou que eles acabam de ser beneficiados e que,
além disso, não seria justo que tivessem prêmio sempre que os da
Fazenda conseguissem aumentar
a arrecadação do Tesouro. Seria
como lucrar com o mérito alheio.
Como Lula estava ontem em
Manaus, o projeto de lei e o decreto foram discutidos no Palácio do
Planalto com o ministro-chefe da
Casa Civil, José Dirceu. Ainda na
pauta, o aumento do salário mínimo para algo em torno de R$ 260,
podendo chegar a R$ 270, e uma
farta liberação de recursos para
agilizar as ações dos ministérios.
Para reforma agrária, devem ser
liberados R$ 430 milhões. Para
uma operação de emergência para tapar buracos de estradas, mais
R$ 200 milhões. O governo estuda
também um aumento do salário-família para R$ 23 ou R$ 25, como
forma de compensar o baixo aumento do mínimo. A diferença é
que o mínimo tem um impacto
maior sobre as contas da Previdência que o salário-família.
Preocupado em sair da linha de
fogo e conter a queda de popularidade do presidente, o governo
prepara também reajustes de servidores civis e militares e tenta rebater a crítica de que só os que fazem greve conseguem aumentos
acima da inflação. As cinco categorias que estão sendo mais bem
agraciadas são, por ordem, PCC
(maioria do funcionalismo), seguridade social, Previdência (que
fazem greve, mas não por salários), técnicos universitários e docentes de segundo e terceiro
graus. Para os da ativa, os reajustes variam entre 12,8% e 32,27%
(ambos para o PCC).
O governo estuda, à parte, um
aumento linear de 10% para os
630 mil militares do país, que têm
um orçamento de R$ 25 bilhões
neste ano -sendo R$ 4 bilhões
para custeio e investimentos e R$
21 bilhões para a folha. Para equiparar a proposta dos militares à
feita para os agentes da PF -que
a recusaram-, haveria uma nova
rodada de aumentos no próximo
ano, atingindo um total de 17%.
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