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Estados devem receber R$ 180 mi
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal deve anunciar hoje a liberação de R$ 180 milhões em verbas para investimentos de segurança pública para os
Estados. Essa liberação, uma antecipação ao Ministério da Justiça
de dinheiro que só sairia do cofre
mais à frente, atende a uma das
principais reivindicações da pauta da reunião dos 27 governadores, na segunda-feira, em Brasília.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva tem reunido seus ministros
para acelerar a liberação de recursos para algumas áreas e até desbloquear verbas em outras. O governo, por exemplo, decidiu liberar R$ 500 milhões para emendas
parlamentares -R$ 200 milhões
de pendências de anos anteriores
e R$ 300 milhões deste ano. O objetivo de Lula é tentar amenizar o
clima de tensões acumuladas.
No caso do Ministério da Justiça, Lula responde a cobranças por
investimentos na área de segurança num mês com casos emblemáticos. No Rio, na favela da Rocinha, há guerra entre traficantes.
Em Rondônia, índios mataram ao
menos 29 garimpeiros, e ocorria
rebelião violenta em prisão de
Porto Velho. Para dar a dimensão
do valor de R$ 180 milhões, até o
início deste mês, o Siafi, sistema
de acompanhamento de gastos,
registrava a liberação no ano de
R$ 1,9 milhão em investimentos.
Desde o início do mês, Lula cobra do ministro José Dirceu (Casa
Civil) uma "agenda de emergência" na qual os ministérios apontariam as prioridades. Uma das
críticas feitas ao governo se refere
ao gerenciamento. "Se tudo é
prioridade, nada é prioridade. O
governo precisa escolher algumas
e executá-las", diz o governador
de Minas, Aécio Neves (PSDB),
que esteve com o presidente na
terça para tratar da reunião dos
governadores. Será o primeiro
encontro do tipo no governo Lula
sem a presença do presidente.
Por ocasião do feriado de 1º de
Maio, Lula pretende anunciar
uma série de medidas pontuais,
numa espécie de pacote para incentivar a geração de empregos.
Para tanto, devem ser liberados
recursos para saneamento, habitação popular, aumento do número de jovens no alistamento do
Exército (30 mil além dos 100 mil
anuais), obras da Infraero (50 mil
empregos diretos) e obras em
7.000 km de rodovias federais.
Aécio voltou a falar ontem da
gestão Lula. Disse que quem está
na vida pública precisa de paciência infinita quando o assunto é o
atendimento de pleitos estaduais
pelo governo federal, mas isso, de
acordo com ele, não impede que
os Estados sigam cobrando ações
prioritárias do presidente. É com
esse espírito que, segundo Aécio,
os governadores se reunirão na
próxima segunda-feira.
Colaborou PAULO PEIXOTO, da Agência Folha, em Belo Horizonte
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