São Paulo, sexta-feira, 23 de abril de 2004

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Apitaço da PF marca a visita de Lula a Manaus

GABRIELA ATHIAS
ENVIADA ESPECIAL A MANAUS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou ontem um restaurante popular em Manaus (AM) ao som de um apitaço promovido por cerca de 60 policiais federais em greve desde março.
Cerca de 1.800 pessoas, segundo a Polícia Militar, estavam do lado de fora do restaurante -financiado pelo governo do Estado e por uma empresa de refrigerantes. Os seguranças evitaram que os manifestantes, que usavam nariz de palhaço, se aproximassem.
Sem citar o protesto, Lula disse que não é possível esperar pelos empregos, que, segundo ele, serão criados pelo crescimento econômico, para combater a fome.
"Só vamos combater a fome definitivamente no dia em que cada homem, cada mulher, no Brasil e no mundo, conseguir ganhar seu dinheiro às custas do seu trabalho, que é o que dá dignidade ao ser humano, e não graças a políticas compensatórias do governo. Entretanto, não podemos esperar que a economia volte a crescer, volte a gerar os empregos que queremos para todos aqueles brasileiros que precisam trabalhar possam comer."
O presidente admitiu que programas de combate à fome são compensatórios. "Sabemos que o programa de combate à fome não é um fim em si mesmo, é um meio, uma emergência", disse.
Sobre promessas que fez ao se eleger, em janeiro de 2003, disse: "Cada vez mais estou com a consciência tranqüila e mais otimista de que vamos cumprir cada uma das coisas que prometemos sem a pressa dos apressados, mas com a cautela dos que sabem que os passos só podem ser dados do tamanho da nossa perna".


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