São Paulo, Sexta-feira, 23 de Abril de 1999
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PAINEL

Salve-se quem puder

Chico Lopes foi aconselhado a se concentrar nos aspectos jurídicos de sua defesa. Para evitar os processos na área cível. Os conselheiros do ex-presidente do BC avaliam que ele está politicamente liquidado e o que resta a fazer é salvar a própria pele.

Autismo federal

No círculo próximo a FHC avalia-se que a CPI dos Bancos revela a falência das instituições: a Polícia Federal não investigou, o Banco Central não fiscalizou e o Ministério Público não se antecipou. Como se o Planalto não tivesse nada a ver com isso.

Enrolação cibernética

Da página eletrônica da Macrométrica, consultoria fundada por Chico Lopes: "Boa parte das previsões resulta apenas de uma observação concreta do presente. Isto é apenas uma questão de técnica, não de adivinhação". Nenhuma palavra sobre um homem certo no lugar certo.

Último da lista

Jader Barbalho ficou irritado com a notícia de que há um acordo entre o PMDB e o Planalto para a CPI dos Bancos não convocar Malan (Fazenda). "Nem o Papa está imune de convocação", diz o senador. Pode ser, mas a prioridade do partido são as 43 convocações já feitas.

Faça o que eu digo

Posando de adversário nº 1 do que julga neoliberalismo do governo FHC, Itamar Franco tem problemas na própria cozinha. O funcionalismo não aceita proposta de receber o 13º salário de 98 em 24 parcelas e ameaça entrar em greve a partir do dia 1º.

Habilidade testada

Marco Maciel conversa com Itamar Franco hoje, na inauguração da fábrica de Mercedes em Juiz de Fora (MG). O vice terá exatos 90 minutos para tentar o que nenhum outro interlocutor conseguiu: uma trégua entre o governador e o presidente.

Te cuida, Jader!

Pimenta da Veiga (Comunicações) e Tasso Jereissati (CE) conversam amanhã, em Fortaleza. Os dois têm muitas divergências, mas um ponto de vista em comum: acham que FHC devia atirar o PMDB ao mar. As orelhas de Jader vão pegar fogo.

Na onda

Quarentena é a palavra da moda em Brasília. Reflexo da CPI dos Bancos. O projeto que cria a ANT (Agência Nacional de Transportes), por exemplo, estabelecerá o prazo de um ano para que os servidores da área possam voltar ao mercado.

Gangorra suspeita

Há muita coisa por trás da demissão da diretoria do DNER. O governo anda com gráficos sobre os gastos do órgão com "obras de emergência". No começo da gestão, estavam na faixa de R$ 10 mi por ano. Pularam para a casa dos R$ 150 mi. Agora, desabaram para cerca de R$ 1 mi.

Amarelão federal

Convidado de honra para uma reunião do colégio de presidentes da OAB realizada ontem em Maceió (AL), Renan Calheiros (Justiça) desmarcou o compromisso em cima da hora. Os advogados estavam armados até os dentes para atacar o Planalto.

Crédito de risco

Um grupo de técnicos do Banco Mundial chega, na surdina, hoje ao Brasil. Vão acompanhar o programa Cédula da Terra, menina dos olhos de Jungmann (Política Fundiária), que sofre tiroteio interno e externo de ONGs ligadas à questão agrária.

Do outro lado do balcão

Pedro Dallari (PSB), ex-secretário de Luiza Erundina e candidato derrotado a deputado federal, foi contratado pela Telefônica. Prestará assessoria jurídica e parlamentar à empresa, objeto de CPI na Assembléia paulista.

Visita à Folha

Geraldo Alckmin Filho, vice-governador do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Maria Inês Pavani, assessora de imprensa, e do 1º tenente da Polícia Militar José Rabello Vianna, assessor militar.

Fausto Camunha, secretário municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do assessor de imprensa Jorge Aguiar.

TIROTEIO

De Roberto Freire (PPS-PE), sobre o futuro de FHC após a CPI dos Bancos, requerida por um dos partidos aliado, o PMDB:
- O governo sobrevive, mas vai se arrepender amargamente da base aliada que tem. Nem a oposição faria melhor.

CONTRAPONTO

Inocência útil
A Assembléia Legislativa do Ceará instalou uma CPI para investigar o desvio do dinheiro do Fundef (Fundo de Valorização do Magistério) pelos prefeitos.
No interior do Estado, houve casos de prefeituras que usaram os recursos, que deveriam ser aplicados na educação, até na contratação de bandas de forró.
Na sessão de abertura, terça retrasada, o deputado Carlomano Marques (PMDB) pediu a palavra e fez uma consideração.
Disse aos colegas que tivessem muito cuidado na apuração. Lembrou que, na sua opinião, o maior patrimônio de um político é a credibilidade.
No final de sua fala, argumentou que muitos desvios ocorreram por causa da ignorância dos prefeitos e não por má-fé.
Nessa hora, Giovani Sampaio (PDT) não se segurou. Pediu um aparte e disparou:
- Não existe besta nesta história. O que houve foi roubo mesmo. Besta é quem não conseguiu se eleger!


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