São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 2000


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IMPEACHMENT
Vereadores podem usar depoimentos e documentos de inquéritos na apuração que Pitta enfrenta na Câmara
Comissão pede depoimentos e provas à Polícia Civil

JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depoimentos e indícios de irregularidades de apurações feitas pela Polícia Civil poderão ser usados no processo de impeachment do prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PTN). A comissão da Câmara Municipal pretende "tomar emprestado" da polícia as provas de supostas irregularidades.
Os documentos foram pedidos ontem por integrantes da comissão que investiga o prefeito ao secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi.
Eles querem cópias dos inquéritos abertos pela polícia sobre denúncias que pesam contra Pitta e que também estão sendo investigadas pela comissão.
No processo de impeachment, há 11 denúncias de irregularidades contra o prefeito -entre elas, a suposta nomeação de funcionários fantasmas na Anhembi Eventos e Turismo e a alegada omissão no caso da máfia da propina.
Na denúncia que originou o processo de impeachment, Pitta é acusado de cometer crimes de corrupção e improbidade administrativa e de usar o cargo para obter vantagens pessoais devido a essas supostas irregularidades.
Segundo a presidente da comissão da Câmara Municipal, Ana Maria Quadros (PSDB), os documentos que a polícia fornecer poderão, se for o caso, ser usados como provas das denúncias feitas contra Pitta.
De acordo com o secretário Petrelluzzi, os primeiros documentos que devem ser encaminhados à comissão tratarão do depoimento dado pelo ex-presidente da Anhembi Eventos e Turismo Ricardo Castelo Branco à polícia.
Em seu depoimento, ele disse que o gabinete de Pitta e de seu secretário de Governo, Carlos Augusto Meinberg, indicavam nomes de funcionários que seriam contratados pela empresa.
Castelo Branco prestará depoimento amanhã à comissão de impeachment. Ele foi convocado como testemunha de acusação pelos integrantes da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) que apresentaram a denúncia contra Pitta ao Legislativo paulistano.

Testemunha indeferida
A vereadora Ana Maria Quadros indeferiu ontem pedido dos advogados de acusação de substituição de uma das testemunhas.
Um dos advogados que acusa Pitta desistiu na última quinta-feira de ouvir o depoimento do empresário Jorge Yunes.
Para o lugar dele, a acusação indicou ontem nome da jornalista Roseli Forganes, correspondente da Rádio Eldorado em Paris, na França.
Ela prestaria informações sobre matérias que fez a respeito de uma viagem do prefeito a Paris em 1998. Pitta nega, mas há uma suspeita de que ele e sua ex-mulher, Nicéa Pitta, viajaram a convite de um conglomerado francês ligado a uma empresa de lixo que presta serviços à prefeitura.
"A testemunha só poderia ser substituída em caso de morte, se o endereço dela fosse desconhecido ou em caso de doença", disse a presidente da comissão.


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