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IMPEACHMENT
Vereadores podem usar depoimentos e documentos de inquéritos na apuração que Pitta enfrenta na Câmara
Comissão pede depoimentos e provas à Polícia Civil
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depoimentos e indícios de irregularidades de apurações feitas
pela Polícia Civil poderão ser usados no processo de impeachment
do prefeito de São Paulo, Celso
Pitta (PTN). A comissão da Câmara Municipal pretende "tomar
emprestado" da polícia as provas
de supostas irregularidades.
Os documentos foram pedidos
ontem por integrantes da comissão que investiga o prefeito ao secretário da Segurança Pública,
Marco Vinicio Petrelluzzi.
Eles querem cópias dos inquéritos abertos pela polícia sobre denúncias que pesam contra Pitta e
que também estão sendo investigadas pela comissão.
No processo de impeachment,
há 11 denúncias de irregularidades contra o prefeito -entre elas,
a suposta nomeação de funcionários fantasmas na Anhembi Eventos e Turismo e a alegada omissão
no caso da máfia da propina.
Na denúncia que originou o
processo de impeachment, Pitta é
acusado de cometer crimes de
corrupção e improbidade administrativa e de usar o cargo para
obter vantagens pessoais devido a
essas supostas irregularidades.
Segundo a presidente da comissão da Câmara Municipal, Ana
Maria Quadros (PSDB), os documentos que a polícia fornecer poderão, se for o caso, ser usados como provas das denúncias feitas
contra Pitta.
De acordo com o secretário Petrelluzzi, os primeiros documentos que devem ser encaminhados
à comissão tratarão do depoimento dado pelo ex-presidente
da Anhembi Eventos e Turismo
Ricardo Castelo Branco à polícia.
Em seu depoimento, ele disse
que o gabinete de Pitta e de seu secretário de Governo, Carlos Augusto Meinberg, indicavam nomes de funcionários que seriam
contratados pela empresa.
Castelo Branco prestará depoimento amanhã à comissão de impeachment. Ele foi convocado como testemunha de acusação pelos
integrantes da OAB-SP (Ordem
dos Advogados do Brasil) que
apresentaram a denúncia contra
Pitta ao Legislativo paulistano.
Testemunha indeferida
A vereadora Ana Maria Quadros indeferiu ontem pedido dos
advogados de acusação de substituição de uma das testemunhas.
Um dos advogados que acusa
Pitta desistiu na última quinta-feira de ouvir o depoimento do
empresário Jorge Yunes.
Para o lugar dele, a acusação indicou ontem nome da jornalista
Roseli Forganes, correspondente
da Rádio Eldorado em Paris, na
França.
Ela prestaria informações sobre
matérias que fez a respeito de
uma viagem do prefeito a Paris
em 1998. Pitta nega, mas há uma
suspeita de que ele e sua ex-mulher, Nicéa Pitta, viajaram a convite de um conglomerado francês
ligado a uma empresa de lixo que
presta serviços à prefeitura.
"A testemunha só poderia ser
substituída em caso de morte, se o
endereço dela fosse desconhecido
ou em caso de doença", disse a
presidente da comissão.
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