DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O tucano José Serra venceria hoje com larga vantagem qualquer um de seus possíveis adversários num eventual segundo turno da eleição paulistana. Numa disputa com a atual prefeita, Marta Suplicy, o tucano teria 60% dos votos contra 29% da petista. O PT teria hoje um desempenho pior do que o do tucano na votação final da disputa presidencial de 2002, quando Lula teve 61,27% e Serra 38,73% em todo o país.
Serra bateria Paulo Maluf (PP) por 61% a 28%. Numa disputa contra Luiza Erundina (PSB), o tucano teria 59% e a ex-prefeita, 32%. O cenário contra Erundina é o mais "apertado" para Serra.
Na disputa com Marta, o tucano se sai melhor entre os eleitores com 41 anos ou mais (66%) e entre os que ganham de cinco a dez salários mínimos (64%).
Marta não tem nenhum cenário de vitória claro no segundo turno. Numa disputa contra Maluf, a petista teria 43% contra 39% do ex-prefeito: os quatro pontos percentuais de diferença se sobrepõem à margem de erro do percentual obtido por ambos os candidatos.
Contra Erundina, esta teria 43%, contra 37% de Marta. É uma situação em que elas poderiam estar empatadas em 40%, se a margem de erro for considerada no seu limite. O Datafolha diz que "é estatisticamente mais provável que a pré-candidata do PSB esteja à frente da petista". Erundina hoje bateria Maluf por 48% a 38%.
O Datafolha estratificou os resultados da pesquisa de eventuais segundos turnos e constatou algumas fraquezas da atual prefeita. Numa disputa entre Marta e Serra, ambos têm aproximadamente a mesma pontuação no grupo dos que aprovam o governo Lula. Marta tem 49% dos votos nesse grupo, contra 46% de Serra.
Já dentro do eleitorado que considera sua administração ótima ou boa, Marta obtém 74% dos votos numa disputa direta contra Serra, mas o tucano ainda fica com 23% dos votos dos eleitores que aprovam Marta. Quando está em questão o grupo de entrevistados que aprova o governo de Geraldo Alckmin (PSDB), Serra fica com 66% dos votos desses paulistanos. Marta obtém 27%.
É natural que Marta tenha mais votos entre os eleitores que aprovam seu governo e Serra se saia melhor entre os que gostam de Alckmin. A discrepância está, portanto, no empate técnico entre Serra e Marta no grupo dos que aprovam o governo Lula. A petista poderia tirar vantagem da imagem positiva que o presidente tem para parte do eleitorado, mas não está tendo êxito. (FR)


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