DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de uma queda brusca de popularidade em março, a prefeita Marta Suplicy recuperou-se um pouco neste mês. Hoje, 28% consideram sua administração à frente da Prefeitura de São Paulo ótima ou boa. O percentual era de apenas 22% no levantamento anterior realizado pelo Datafolha.
Ainda assim, Marta continua abaixo dos 32% de dezembro passado ou dos 36% -seu recorde- em outubro de 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente e o Brasil assistia à assim chamada onda vermelha.
O Datafolha faz a tabulação da pesquisa com três divisões: os que acham o governo ótimo ou bom, aqueles que o classificam de regular e os que o desaprovam, respondendo que está tudo ruim ou péssimo. Desde dezembro de 2002 que a curva de ruim ou péssimo esteve sempre à frente ou, no máximo, com um ponto percentual de diferença das outras -o que caracteriza empate técnico devido à margem de erros. Hoje a reprovação a Marta é de 39%.
O diretor do Datafolha, Mauro Paulino, acredita que a prefeita poderá reverter parte da sua perda de popularidade com as propagandas eleitorais, que começam na primeira semana de julho. Para isso, terá também de contar com a compreensão do eleitorado a respeito das obras que ela vem executando na cidade.
A margem de erro da pesquisa Datafolha é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. Nesse sentido, é correto dizer que a recuperação de Marta de 22% para 28% (uma diferença de seis pontos) ultrapassou o limite estatístico máximo da margem de erro. Mas só será possível saber se a recuperação é realmente contínua se os próximos levantamentos confirmarem a inflexão da curva.
No momento, há sinais contraditórios a respeito da capacidade de recuperação da imagem da prefeita: a nota média que seu governo vem recebendo dos paulistanos continua declinante.

Nota declinante
"De zero a dez, que nota você dá para o desempenho da prefeita Marta Suplicy", perguntou o Datafolha para 1.082 pessoas na última quarta-feira. O resultado médio foi de 4,7. Esse percentual vem caindo lenta e gradualmente desde outubro de 2003, quando era de 5,1. Em dezembro do ano passado, foi de 4,9. Bateu em 4,8 em março. Agora, está em 4,7.
Também fica evidente que Marta tem dificuldades quando se cruza o resultado de sua popularidade com a pesquisa eleitoral para a eleição de outubro.
Um indicador é a pesquisa espontânea, quando o entrevistado responde em quem deseja votar sem ver o nome dos candidatos. Na zona leste, onde a prefeita investiu em programas sociais e esperava ter bom retorno eleitoral, só 13% citam seu nome como candidata preferida. Paulo Maluf (PP) tem 14%, e José Serra (PSDB) obtém 9%. Nessa região, 36% avaliam a administração de Marta como ruim ou péssima.
Outro dado relevante está no cruzamento entre os que aprovam o governo Lula e os eleitores declaradamente petistas. Segundo o Datafolha, no grupo de paulistanos petistas, Marta tem um bom desempenho: 52% avaliam seu governo como ótimo ou bom. Mas chama a atenção que 17% dos petistas classificam a sua gestão como ruim ou péssima.
Da mesma forma, Marta se dá bem entre os que aprovam o governo de Lula: também nesse grupo há 52% que aprovam a petista totalmente. Mas outros 21%, apesar de estarem satisfeitos com Lula, avaliam a prefeita paulistana como ruim ou péssima. (FR)



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