São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 2005

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PAINEL

Termômetro
Ouvidos no fim de semana, dois ministros diretamente envolvidos nas negociações para que deputados e senadores retirem suas assinaturas do requerimento da CPI dos Correios consideraram remotas as chances de sucesso da operação.

Caneta na mão 1
"Estou diante de um dos maiores dilemas da minha vida de senador", diz Eduardo Suplicy. Filhos, irmãos, alunos e eleitores do senador defendem que ele assine o pedido de CPI.

Caneta na mão 2
Suplicy vai "meditar e rezar", além de submeter o caso à platéia da palestra que faz hoje em Maceió. Espera decidir "junto com a bancada do PT no Senado", mas lembra que o Diretório Nacional não fechou questão.

PhD
Título de conferência recentemente proferida por Maurício Marinho, flagrado a receber propina no Departamento de Contratação: "Gestão da Produtividade Aplicada aos Correios".

Corda esticada
Enquanto o Planalto emite sinais de que não pretende ceder a Severino no caso da Petrobras, o presidente da Câmara, cansado de esperar pela diretoria que "fura poço", começou a pedir a cabeça do número um da empresa, José Eduardo Dutra.

Folha cheia
No caderno em que registra suas mágoas com o governo Lula, Renan Calheiros fez mais uma anotação. O presidente do Senado credita ao Planalto o fato de quatro governadores em busca de partido terem optado por siglas que não o PMDB.

Bloco na rua
No próximo dia 2, o PMDB coloca a caravana da candidatura própria na estrada. Será num seminário em Aracaju com as presenças de Anthony Garotinho, Germano Rigotto, Roberto Requião e Joaquim Roriz, que pediu para ser incluído na lista.

Jogo de contrastes 1
Para sublinhar o refrão oposicionista de que o PT engorda a máquina administrativa federal, o presidenciável tucano Geraldo Alckmin prepara uma lipoaspiração nos quadros do funcionalismo público paulista.

Jogo de contrastes 2
Com base nos resultados de uma auditoria, a administração paulista pretende cortar 20 mil cargos e até 2% da folha de pagamento do funcionalismo estadual. O principal instrumento será a revisão de gratificações que estariam irregulares.

Terra de ninguém
Os cardeais do PSDB têm mantido eloqüente silêncio em relação ao correligionário Ivo Cassol, político de histórico pouco abonador e agora às voltas com gravações de deputados corruptos em Rondônia. "Ele é um governador muito distante", desconversa um tucano.

Joelho na porta
Depois de tentarem, sem sucesso, forçar a saída do presidente da Companhia de Engenharia e Tráfego, Roberto Scaringella, vereadores do "Centrão" ameaçam fazer amanhã um arrastão para derrubar vetos do Executivo a projetos aprovados na Câmara paulistana.

Conta pendente
Os vereadores do "Centrão" julgam não ter sido suficientemente recompensados pelos votos dados à aprovação da reforma da previdência municipal.

In loco
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados vai ao Pará ouvir 36 ex-militares que participaram da repressão à guerrilha do Araguaia entre 1966 e 1974 e agora reivindicam indenização do Estado.

TIROTEIO

Do vereador paulistano Donato (PT), sobre nota da Secretaria Municipal da Saúde na qual se afirma que "a paciente Fátima", do pronto-socorro de Santana, na zona norte, "morreu onde vivia nos últimos anos, pois tratava-se de uma moradora em situação de rua":
-Agora ficou bem claro como os tucanos, que durante a campanha eleitoral prometeram o céu na terra, pretendem resolver o problema da saúde na cidade de São Paulo: quem vive na rua terá de morrer na rua.

CONTRAPONTO

Será que vai chover?

No processo de costura de apoios para sua campanha de 2004, Marta Suplicy (PT) foi procurada, no primeiro semestre, por vereadores do PMDB.
-Traremos o Quércia para selar o acordo-, disse um deles.
Marcada a data, combinou-se que logo depois haveria entrevista para anunciar a aliança.
A portas fechadas, os dois grupos à mesa, Marta quebrou o gelo inicial falando da reforma na sede da prefeitura paulistana:
-Estou muito feliz. É um prédio de grande valor histórico.
Percebendo que os vereadores haviam prometido mercadoria que ele não iria entregar, Quércia fixou-se no tema da reforma:
-Prefeita, ficou ótima!
A conversa prosseguiu, mas sem tratar da aliança. Ao final, Marta e Quércia não foram para a coletiva, e marcharam separados na eleição. A razão, hoje se sabe, eram mágoas do ex-governador com o governo federal.


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