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Colega critica teses do presidente do STF
da Sucursal de Brasília
Duas teses polêmicas do ministro Celso de Mello, que assumiu
ontem a presidência do STF, foram alvo de um duro recado de
seus colegas: elas não representariam o pensamento da maioria dos
11 ministros do tribunal.
"Sabe o digno presidente que,
em alguns temas, não conta com a
unanimidade ou mesmo com a
maioria do tribunal", alertou o
ministro Sydney Sanches, em discurso feito em nome do STF.
O principal motivo da reação dos
ministros é a defesa firme que Mello tem feito da criação do impeachment de juízes, com a instituição de mecanismos de controle
externo do Poder Judiciário.
Sanches disse que a posição do
STF está refletida em projeto de lei
complementar enviado pelo próprio tribunal ao Congresso.
O projeto, que trata do Estatuto
da Magistratura Nacional, cria o
Conselho Nacional de Administração da Justiça, que não teria a
participação de representantes da
sociedade civil.
Outra questão polêmica é a adoção do efeito vinculante para súmulas (decisões consolidadas proferidas pelos tribunais superiores).
A proposta, prevista na reforma
do Judiciário em tramitação no
Congresso, foi defendida por Sepúlveda Pertence, que deixou ontem a presidência do STF.
Segundo Sanches, essa tese foi
"aprovada pela maioria (do STF)
em mera avaliação administrativa
do projeto". Ele disse que esse seria "um remédio amargo que a
corte (STF) considerou necessário" para reduzir o volume de processos.
(SILVANA DE FREITAS)
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