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JUDICIÁRIO
Posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal teve a presença de FHC
Mello critica difícil acesso à Justiça
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília
O ministro Celso de Mello, 51,
assumiu ontem a presidência do
STF (Supremo Tribunal Federal)
criticando a dificuldade de acesso
de grande parcela da população à
Justiça.
"No seio de uma sociedade fundada em bases democráticas e regida por importantes postulados
de ordem republicana, nada pode
justificar a exclusão de multidões
de pessoas do acesso essencial à jurisdição do Estado."
Segundo Mello, "a exclusão jurídica... representa um subproduto da exclusão social, que cumpre
ser neutralizada e extirpada".
O presidente Fernando Henrique Cardoso, ministros de Estado,
governadores e parlamentares estiveram presentes à cerimônia de
posse, no plenário do STF. A solenidade durou cerca de três horas.
Mello defendeu, "em caráter
pessoal" (porque não conta com o
apoio da maioria do STF), a necessidade de os juízes responderem
por infrações político-administrativas, a partir da fiscalização do Judiciário pela sociedade civil.
Também em caráter pessoal, criticou proposta de adoção da súmula vinculante, pela qual os demais juízes ficariam obrigados a
seguir súmulas (decisões consolidadas) dos tribunais superiores.
Segundo ele, essa proposta tiraria a independência dos juízes.
Em uma firme defesa da independência entre os três Poderes da
República, afirmou que o respeito
a esse princípio constitucional depende também dos comandos do
Executivo e Legislativo.
"Mais do que mero rito institucional, o convívio harmonioso -e
reciprocamente respeitoso- entre os Poderes do Estado traduz indeclinável obrigação constitucional que a todos se impõe."
Segundo ele, "a submissão incondicional de todos ao império
da Constituição representa, na real
verdade, o fator essencial de preservação da ordem democrática".
Natural de Tatuí (SP), Celso de
Mello é o sexto paulista a presidir o
STF e o mais novo a ocupar o cargo. Substitui Sepúlveda Pertence.
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