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Índios falam em "conspiração"
do enviado a Itabuna (BA)
Não há indício de que a esterilização de mulheres pataxós esteja
ligada a uma conspiração para a
imediata apropriação de terras indígenas. Entre as lideranças indígenas, no entanto, o raciocínio está
sempre presente.
Em 1995, a Funai recenseou em
todo o país 325 mil índios. Cerca
de 8.500 estavam na Bahia. Os pataxós hã-hã-hãe, que em 1982 ocupavam apenas duas áreas com um
total de 38 hectares, dispõem hoje
de 3.143 hectares. Foram beneficiados por sentenças judiciais que
reconheceram seus direitos.
Os pataxós ocupavam nos anos
20 cerca 100.000 hectares, entregues pelo governo da Bahia. Na década seguinte, a área foi reduzida
pela metade em demarcação da
União, feita pelo então SPI (Serviço de Proteção ao Índio).
O estudo mais completo sobre a
política indigenista na região foi
feito em 1976 pela antropóloga
Maria Hilda Baqueiro Paraíso, a
partir de convênio da Funai com a
Universidade Federal da Bahia.
É uma história que data do século 17. As terras dos hã-hã-hãe foram reduzidas nos últimos 60 anos
por oito grandes invasões, uma delas, nos anos 50, comandada por
um grileiro. Nos anos 60, o índio
passou a ser sustentado pelo arrendamento, praticado pelo governo, de terras demarcadas.
Mas bastava reajustar o aluguel
das terras abaixo da taxa de inflação para que se reduzisse o contingente de índios protegidos. Em
1969, restou sob esse estatuto um
grupo de cinco pataxós.
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