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INVESTIGAÇÃO
Pedido será enviado a Londres e Luxemburgo; ex-prefeito nega ter contas
Juíza manda quebrar sigilo de Maluf
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A juíza da 4ª Vara da Fazenda
Pública de São Paulo, Renata Coelho Okida, determinou ontem o
envio de um pedido de quebra de
sigilo e de bloqueio de eventuais
contas atribuídas ao ex-prefeito
Paulo Maluf (PP) ou aos familiares dele em Londres e no paraíso
fiscal de Luxemburgo.
A juíza baseou-se em dois documentos para autorizar a quebra.
Um deles é justamente a polêmica
carta atribuída à Maluf na qual
pede-se a transferência do saldo
total da conta da White Gold, na
Suíça, para uma outra em nome
da Durant International, Londres.
A fundação White Gold, segundo os papéis enviados pela Suíça,
tinha Maluf como beneficiário.
O ex-prefeito, que disse não ter
escrito a carta, apresentou ontem
dois laudos periciais que atestam
que a letra não é dele. Quanto à assinatura, similar à de Maluf, os peritos informam ser impossível
confirmar a autenticidade em
uma fotocópia -o original está
no banco UBS de Zurique. O perito Celso Del Picchia anexou oito
cartas iguais, só que assinadas por
personalidades, como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Arthur Bernardes.
O diretor de comunicação da
UBS de Zurique, Rudolf Buirgien,
disse que os papéis fornecidos pelo banco são verdadeiros e que é
"ridícula" a afirmação de que a
carta é falsa, segundo entrevista
ao Jornal Nacional, da TV Globo.
A informação sobre uma eventual conta em Luxemburgo foi
fornecida pelo Coaf, órgão federal
encarregado de investigar lavagem de dinheiro, há cerca de dois
meses. Luxemburgo informou
que a mulher de Maluf, Sylvia, fez
movimentações financeiras naquele país.
As cartas rogatórias internacionais (pedidos) serão enviados por
meio do Ministério da Justiça e
das Relações Exteriores do Brasil.
A decisão final caberá às autoridades de Londres e de Luxemburgo.
Além da Suíça, da Inglaterra e
de Luxemburgo, a Justiça brasileira já encaminhou pedidos de colaboração internacional aos EUA,
à ilha de Jersey e à França.
Maluf sempre negou possuir
contas fora do Brasil e disse que as
acusações são políticas -ele é
candidato à Prefeitura de São
Paulo. O assessor de imprensa
Adilson Laranjeira afirmou ontem que a decisão judicial é "uma
armação política do desocupado
promotor Sílvio Marques". Marques, um dos responsáveis pelo
caso, disse que não irá polemizar
com o ex-prefeito.
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