São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2005

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PAINEL

Como fazer amigos...
A Secom do ministro Luiz Gushiken discute reservadamente uma operação para dar alívio a alguns veículos de comunicação que enfrentam dificuldades financeiras.

...e influenciar pessoas
O plano em debate na Secom inclui estimular a compra de órgãos de mídia por aliados do Palácio do Planalto. O objetivo é dar uma força à divulgação da "agenda positiva". E, se possível, desidratar a "negativa".

Próxima atração
O lobista Marcos Vieira, ligado à empresa de informática Cobra e muito próximo ao ex-diretor de Tecnologia dos Correios, Eduardo Medeiros de Moraes, está na mira da oposição na CPI. Deverá ser incluído em breve na lista de convocados a depor.

Dono da pensão
O líder do PP na Câmara, José Janene (PR), fez ameaça velada a um deputado que foi cobrá-lo sobre a situação do partido: "Não pense que vai ficar de graça para ninguém aqui, viu?".

Soro da verdade
Morno na terça, o depoimento de Maurício Marinho à CPI ganhou ontem tanta temperatura que houve quem perguntasse, em tom de brincadeira, o que teria sido colocado na água do ex-funcionário dos Correios.

Gênese 1
Partiu de Aldo Rebelo, quando líder na Câmara, o convite para que Vicente Cascione (PTB-SP) ocupasse uma das vice-lideranças do governo. A idéia foi endossada pela cúpula petebista.

Gênese 2
Cascione diz ter indicado um diretor da Codesp, funcionário de carreira da administradora do porto de Santos, porque Telma de Souza (PT-SP) indicara outro. O deputado nega que a nomeação tenha lhe proporcionado benefício financeiro. "Isso não tem o menor fundamento."

Saudosismo
Do deputado petista Paulo Delgado (MG), sobre referências às "armas" nos discursos feitos terça e ontem por José Dirceu: "A história dos que lutaram contra a ditadura não pertence ao PT, mas à sociedade brasileira. Quem lembra muito da ditadura quer que ela volte".

Faixa de Gaza
Ainda Delgado, a respeito do desejo, expresso ontem por Dirceu, de "governar São Paulo": "A obsessão com São Paulo está na raiz dos problemas do PT".

Honra ao mérito
Por fim, Delgado comenta o estopim do empurra-empurra ontem na Câmara: "Não se condecora Bolsonaro impunemente". O governo Lula concedeu ao deputado, em julho de 2003, a Medalha do Pacificador.

Jogo de empurra
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), abriu a reunião de líderes ontem com uma resposta indireta a Lula, que, na véspera, havia circunscrito a crise ao Congresso: "Agora virou esporte nacional transferir responsabilidades".

Longe de Brasília
Anteontem, depois de seu discurso que provocou a ira do Congresso, Lula disse que julho trará uma "agenda boa, com uma série de inaugurações".

Pai da matéria
A despeito de ter sido cassado pelo TSE por "captação irregular" de votos e de se manter na Assembléia paulista com base em recurso, Vitor Sapienza (PPS) foi eleito o novo presidente da Comissão de Ética da Casa.

Visita à Folha
Sérgio Rosa, presidente da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Wellington Silva, gerente de Comunicação e Marketing.

TIROTEIO

Do deputado Ricardo Barros (PP-PR), sobre a claque reunida para o discurso de estréia de José Dirceu na Câmara:
-Que festa é essa que tentaram fazer? José Dirceu caiu. Chega aqui para ir direto ao Conselho de Ética. Eles parecem não se dar se dar conta do que está se acontecendo no país.

CONTRAPONTO

Muy amigo

O deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF) se encontrou com o colega Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) quando saía da Câmara anteontem para ir até o Palácio do Planalto acompanhar a cerimônia de posse da ministra Dilma Roussef na Casa Civil.
O petista, assim como seus colegas de partido e outros integrantes da base aliada, havia recebido orientação expressa do Planalto para prestigiar a solenidade em meio à crise política.
-Estou indo à posse da Dilma agora. Não quer ir comigo, Geddel?-, disse Seixas.
O deputado baiano, que pertence à ala oposicionista do PMDB e tem defendido o desembarque definitivo do partido do governo, não deixou barato:
-Ô, Sig, você é muito meu amigo mesmo, né?
-Por que?
-Quando as coisas estavam bem, você não me convidava a ir ao Planalto-, rebateu Geddel.


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