São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2005

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Nova fita mostra Cassol propondo suposta propina a deputado de RO

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

A divulgação de novos trechos de gravações de conversas entre o governador de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB), e deputados estaduais agravou a crise política no Estado. O site "Rondônia Agora" e o "Jornal da Band" exibiram, anteontem, um vídeo no qual o governador aparentemente oferece dinheiro a um deputado em troca de apoio político. Cassol disse que a fita foi editada e que, na verdade, foram os deputados que pediram dinheiro a ele.
Em um trecho da gravação, Cassol conversa com o deputado estadual Amarildo de Almeida (licenciado do PDT). Em parte do diálogo, o governador diz: "A proposta de oportunidade é única, R$ 50 mil para cada deputado". O parlamentar responde: "Numa proposta dessa, eu nem iria vir falar com o senhor, porque para mim não serve".
No final de maio, Almeida e outros seis deputados foram afastados temporariamente da Assembléia Legislativa após Cassol divulgar gravações nas quais o grupo supostamente pedia a ele propinas em troca de apoio político.
O deputado, que reassumiu sua vaga de parlamentar na segunda-feira, enviou a nova gravação ao site "Rondônia Agora". Ele disse ter obtido a fita com "jornalistas de Porto Velho".
A Superintendência da Polícia Federal de Rondônia informou que vai comparar a gravação com as de fitas apreendidas na casa do governador. No dia 10 de junho, uma ação da PF na casa de Cassol apreendeu 19 fitas brutas e equipamentos de filmagem utilizados por ele para a gravação das conversas com os deputados estaduais, que revelariam, segundo Cassol, esquemas de corrupção.

Material truncado
O governador disse que interpelará judicialmente os órgãos de comunicação que exibiram a gravação. "A TV Bandeirantes não mostra um trecho, antes de eu falar do valor de R$ 50 mil, com cerca de uns dez segundos, quando digo que aquilo [a oferta de dinheiro] é o que eu tinha sido informado de que um grupo de deputados queria para me dar apoio político." A TV Bandeirantes não comentou as declarações.

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