São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2005

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Assembléia do Paraná apura suposta mesada

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Uma comissão de ética da Assembléia Legislativa do Paraná começou a ouvir ontem os primeiros deputados envolvidos em denúncias da existência de uma modalidade de "mensalão" no Estado.
O caso surgiu há duas semanas quando, em entrevista a uma rádio, o governador Roberto Requião (PMDB) disse que o deputado estadual Edson Praczyk (PL) propôs receber, em troca de apoio, R$ 45 mil por mês como verba publicitária para a rádio em que trabalha.
A denúncia repercutiu na Assembléia na segunda-feira seguinte, quando o deputado acusado e Renato Gaúcho (PDT) disseram que a proposta de cota mensal para publicidade partiu dos líderes do governo na Casa e do secretário da Comunicação Social de Requião, Airton Pissetti. Os dois afirmaram ter recusado o que o secretário teria chamado de "prestigiamento a aliados".
Em nota oficial distribuída no mesmo dia, Pissetti confirmou a denúncia de Requião e citou Gaúcho e Mauro Morais (PL) como deputados que também pediram a mesada. Morais não se manifesta sobre o assunto.
Praczyk e Gaúcho foram os primeiros a depor ontem à comissão. Eles foram ouvidos a portas fechadas. Ao final, disseram que não mudaram suas declarações.
Pissetti também foi convocado, mas o governo não informou quando ele irá depor. Oficialmente, irá reiterar a nota do dia 13 na qual acusa três deputados. A entrevista em que Requião fez a denúncia foi dada ao deputado Jocelito Canto (PTB) em 8 de junho num programa de rádio. "Apenas um deputado me decepcionou ao pedir R$ 45 mil mensais para votar com o governo", disse Requião quando o entrevistador perguntou se no Estado havia "mensalão".
Praczyk disse que recusou a suposta proposta. Gaúcho confirmou sua versão.


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