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Regional levava propina para não fiscalizar
DA REPORTAGEM LOCAL
A fiscalização dos serviços de
varrição de ruas em São Paulo é
de responsabilidade das administrações regionais, que são controladas por vereadores governistas.
No ano passado, o engenheiro
Pedro Antônio Saul, ex-administrador regional da Penha (zona
leste de São Paulo), disse à polícia
que recebia 2% do valor mensal
pago pela prefeitura à Enterpa
-entre R$ 1 milhão e R$ 1,2 milhão- como propina para que
ele não contestasse a quantidade
de serviços apresentada em planilhas pela empresa.
A Regional da Penha era controlada pelo ex-vereador Vicente
Viscome (expulso do PPB), que
acabou cassado e preso.
Roberto Rocha e José Luís de
Araújo, funcionários da Enterpa,
declararam, em depoimento à
Justiça, que pagavam R$ 15 mil
mensais de propina aos administradores regionais da Penha. A
empresa é responsável pelos serviços de limpeza urbana em 11 das
27 administrações regionais.
A vereadora Maeli Vergniano
(eleita pelo PDT e que migrou para o PPB, de onde saiu) foi cassada
sob acusação de utilizar ilegalmente um carro e um motorista
cedidos pela Vega Engenharia
Ambiental, empresa responsável
pelos serviços de limpeza urbana
na Administração Regional de Pirituba (zona noroeste de São Paulo).
A polícia apurou que o esquema
de arrecadação de propina do lixo
na Regional da Sé movimentaria
cerca de R$ 100 mil por mês - valor correspondente a 2% do contrato de R$ 5 milhões firmado entre a Prefeitura de São Paulo e a
Vega Ambiental.
Enio Scomparini dos Santos,
ex-supervisor de Serviços Públicos da Sé, afirmou à polícia que
um funcionário da Vega entregava envelopes com "caixinha"
mensal para uma funcionária da
regional. O ex-deputado estadual
Hanna Garib (expulso do PPB)
controlava a regional e seria o beneficiário do esquema de corrupção. Há duas semanas, os vereadores governistas livraram o prefeito Celso Pitta do impeachment.
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