São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2001

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PAINEL

Campanhas oportunas
Dois ministros tucanos que pretendem disputar a Presidência intensificaram os gastos de publicidade no primeiro semestre, segundo dados do Siafi: Paulo Renato (Educação) e Pimenta da Veiga (Comunicação).

Em evidência
Os gastos publicitários de Paulo Renato pularam de R$ 6,1 milhões no primeiro semestre de 2000 para R$ 9,6 milhões nos seis primeiros meses deste ano. Ou seja, um aumento de 57%.

Quem se comunica
Os gastos publicitários de Pimenta da Veiga cresceram de R$ 399 mil para R$ 1 milhão. A Anatel gastou R$ 5 milhões (no ano passado foram R$ 790 mil).

Alegações oficiais
Paulo Renato diz que os gastos foram concentrados com o lançamento do Bolsa-Escola. E que não quer gastar neste ano mais do que em 2000. Pimenta da Veiga atribui o aumento ao novo programa Telecomunidade.

Caminho inverso
Os gastos com publicidade por José Serra (Saúde), outro presidenciável tucano, caíram no período: de R$ 31,5 milhões para R$ 19,5 mi (redução de 38%).

Chances limitadas
O senador Edison Lobão quer ser o candidato ao governo do Maranhão com a bênção da família Sarney. O preferido de José Sarney é José Reinaldo, vice da filha, Roseana. E ela ainda não decidiu a quem vai apoiar.

Pacote salgado
Antonio Lavareda, marqueteiro que já prestou serviços ao Planalto, está oferecendo a parlamentares um curso de marketing político e gestão de campanhas eleitorais. Preço: R$ 5.000.

Outro ambiente
O governador do Amazonas, Amazonino Mendes (PFL), decidiu não se candidatar a nada em 2002. Conhecido adversário dos ambientalistas, vai abrir um escritório de advocacia especializado em direito ambiental.

Reforço adiado
Preocupados com a anemia do PSDB no Sul, os tucanos recrutaram o ex-senador José Richa (PR) para voltar ao partido. Ele mandou avisar que topa, mas só depois de outubro, para não ser instado a disputar nenhum cargo na eleição de 2002.

Barba, cabelo e bigode
A oposição quer cassar Jader Barbalho e, em seguida, impedir a posse de seus dois suplentes - Laércio Barbalho e Fernando Ribeiro. Alega que eles também foram beneficiados pelo desvio de recursos do Banpará.

Na esteira
Se a chapa toda de Jader Barbalho for impugnada, nova eleição deve ser convocada para preencher a vaga, o que pode provocar um maior desgaste no PMDB paraense. PFL e PSDB são simpáticos à proposta.

Desejo oculto
Se ficar mesmo vago o cargo de presidente do Senado, o senador José Sarney topa o desafio. Está quieto, mas é candidatíssimo, afirma um amigo. Mas, como sempre, quer ser ungido.

Pedra no sapato
Em nota oficial, o presidente do PPS, senador Roberto Freire, rebate os ataques da Executiva Nacional do PSDB a Ciro Gomes. Nega "a reiterada mentira" de que o presidenciável tenha pertencido à juventude arenista.

Não é flor que se cheire
Costuma-se dizer, em Brasília, que as férias parlamentares de julho criam as "flores do recesso", articulações para desviar o foco de escândalos. "Parece que dessa vez as flores do recesso só tinham espinhos", ironiza o senador Paulo Hartung (PPS-ES).

Troca de cadeiras
O senador Ney Suassuna (PMDB) já está em campanha pelo governo da Paraíba. Nas inaugurações do governador José Maranhão (PMDB) são exibidas faixas e distribuídas camisetas com o slogan: "O governador é Ney, o senador é Maranhão".


TIROTEIO
Do deputado João Hermann (PPS-SP), sobre FHC ter movido um processo contra Ciro Gomes, que criticou o seu governo:
- Ao devolver as críticas com ameaças, FHC mostra que não tem propostas ou que as que tinha já fracassaram.


CONTRAPONTO
Temperatura máxima

O deputado estadual Campos Machado (PTB-SP) é inimigo da cúpula do PT em São Paulo e vice-versa. O PT não perdoa as dúvidas que o deputado levantou em 98 a respeito da compra de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) por Luiz Inácio Lula da Silva.
Por isso, foi com grande surpresa que a bancada do PT na Assembléia Legislativa viu Campos Machado, há cerca de um mês, irromper numa sala onde os petistas estavam reunidos a portas fechadas.
Na ocasião, eles estavam discutindo projetos legislativos em reunião com o prefeito de Piracicaba, José Machado (PT).
O deputado Wagner Lino (PT-SP) levantou-se e parou na frente de Campos Machado, confrontando-o.
Por alguns instantes temeu-se o pior, até que o deputado do PTB esclareceu, desanuviando o ambiente:
- Não aparta, não, porque não é briga. Só entrei para dar um abraço no meu primo, o José Machado .



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