|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ALIANÇA NO ESCURO
Governistas tentam criar agenda positiva, com votações
Oposição quer apurar caso "novo" de Jader no Senado
LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os blocos da oposição e do governo vão disputar o rumo das
votações do Senado depois da licença do senador Jader Barbalho
(PMDB-PA) da presidência da
Casa. A oposição insiste em manter no Senado a apuração de um
caso "novo" de Jader, com suposta irregularidade cometida pelo
paraense já como senador.
Há governistas querendo transferir a apuração para a Justiça e
estabelecer uma agenda positiva,
com votações que mostrem que o
Senado está trabalhando.
A oposição decidiu que irá protocolar amanhã uma nova denúncia contra Jader no Conselho
de Ética e Decoro Parlamentar.
A denúncia anterior se referia
ao Banpará, caso do tempo em
que Jader era governador. Na nova denúncia, a oposição pedirá
que se apure se Jader mentiu no
discurso no plenário do Senado
em que explicou a compra da fazenda Chão Preto.
A negociação envolveu o empresário José Osmar Borges, amigo do senador e acusado de fraude contra a extinta Sudam.
Jader afirmou que a compra da
Chão Preto estava registrada em
declaração do Imposto de Renda
da fazenda Rio Branco, de propriedade dele. Cópias das declarações da Rio Branco dos últimos
cinco anos obtidas pela Folha não
registram a transação.
Na mesma denúncia, a oposição
vai pedir a investigação de uma
gravação que envolveria Jader diretamente no esquema de fraudes
da extinta Sudam. No diálogo, publicado no final de semana pela
revista "IstoÉ", o deputado estadual Mário Frota (PDT-AM) diz
que Jader teria pedido US$ 5 milhões para liberar financiamento.
A oposição também pretende
discutir as denúncias contra Jader
na reunião de líderes do Senado,
marcada para a quarta-feira.
O presidente interino do Senado, Edison Lobão (PFL-MA), disse que os pedidos de investigação
serão prontamente despachados,
mas deixou claro que o objetivo
da reunião de líderes não é tratar
das denúncias contra Jader.
Ele informou que pediu um levantamento de projetos que deverão ter prioridade para votação.
Citou como exemplos a reforma
do Judiciário e a nova lei das sociedades anônimas.
No PMDB, a prioridade é encontrar um substituto de Jader na
presidência do Senado que seja
consenso no partido -que deve
ir dividido para a convenção nacional de setembro. Há convicção
de que Jader não retornará à presidência após a licença de 60 dias.
No PFL, a ordem é não interferir
na provável substituição de Jader.
Foram os ataques do ex-senador
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) à indicação de Jader no início
do ano que causaram o estremecimento da base aliada do governo.
Colaborou a Reportagem Local
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Para senador, imprensa faz ofensiva "leviana" Índice
|