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Militares sugerem guarda nacional
da Sucursal de Brasília
Os cinco ministros militares sugeriram ontem ao presidente Fernando Henrique Cardoso a criação de uma força intermediária
entre as Polícias Militares dos Estados e as Forças Armadas da
União.
Na opinião dos militares, se o
presidente mandar mesmo ao
Congresso a emenda que tira as
Polícias Militares da Constituição,
a política de segurança pública fica
inteiramente nas mãos dos Estados, e a União perde totalmente
controle sobre um assunto do qual
não pode ficar totalmente de fora.
Como as Forças Armadas desempenham funções de segurança
nacional, os ministros sugeriram a
criação de uma guarda nacional. A
estrutura e os moldes de funcionamento -se permanente ou temporária- ainda seriam discutidos.
A sugestão foi feita durante reunião no Alvorada, ontem pela manhã. Estiveram com o presidente
os ministros Zenildo de Lucena
(Exército), Lélio Viana Lôbo (Aeronáutica), Mauro César Pereira
(Marinha), Benedito Leonel (Estado-Maior das Forças Armadas) e
Alberto Cardoso (Casa Militar).
Hoje, sempre que há uma crise
nos Estados, como o movimento
grevista dos policiais militares, os
governadores requisitam a intervenção de uma força federal para
controlar a situação, e o presidente
da República ordena a mobilização do Exército.
Além de tentar evitar o envolvimento direto dos militares nessas
crises de segurança pública, os ministros querem reforçar a idéia de
que a função básica das Forças Armadas deve ser a de executar a política de segurança nacional, sobretudo na Amazônia e nas regiões
de fronteira.
Essa função das Forças Armadas
está sendo reforçada pela emenda
constitucional 338, em tramitação
no Congresso.
Pela emenda, os militares são até
separados dos servidores públicos
civis, ganham um estatuto próprio
e um regime previdenciário em separado.
A emenda constitucional também reforça a idéia de que os militares das três Forças devem ser
profissionalizados ao máximo,
sem contudo abolir o serviço militar obrigatório.
A Folha apurou que os ministros
militares temem o surgimento de
algumas crises nos Estados quando as PMs saírem da Constituição
Federal e passarem a ser comandadas exclusivamente pelo governadores dos Estados. Cada governador decidirá o que fazer com a sua
polícia.
Durante a definição dessas políticas, na avaliação dos ministros
militares, o governo federal deve
ter algum poder de opinião e estar
preparado para ser obrigado a intervir, caso as PMs ofereçam resistência às propostas dos governadores.
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