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RUMO A 98
Presidente pede que ministros não divulguem 'projetos, maquetes ou intenções', mas apenas 'obras prontas'
FHC quer congelar gastos com publicidade
da Sucursal de Brasília
O governo prometeu ontem não
aumentar a sua verba de publicidade em 98, o ano da campanha
eleitoral e em que o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso deverá disputar a reeleição. A
promessa foi anunciada pelo porta-voz da Presidência, Sergio
Amaral, ao final de mais uma reunião de avaliação do programa
Brasil em Ação.
Durante a reunião FHC determinou aos ministros que não divulguem "projetos, maquetes ou intenções". Eles devem apenas comunicar o que "está feito, obras
prontas".
Segundo Amaral, a despesa do
governo, excluídas as empresas estatais, não poderá ultrapassar R$
120 milhões -valor investido, segundo ele, em 96.
Na prática, isso significa apenas
congelar os gastos do governo com
publicidade, deixando de fora os
investimentos das estatais que sustentam boa parte das campanhas
encomendadas pelo Planalto.
"Justamente por ser um ano
eleitoral, o presidente quer que a
verba de publicidade do ano que
vem seja menor do que a deste ano
e assim vai ser. O que se quer é que
o executado no ano que vem não
passe de R$ 120 milhões", disse.
Este ano, o setor público deve
gastar cerca de R$ 500 milhões em
publicidade. Desse total, aproximadamente R$ 300 milhões vêm
do governo federal, sendo R$ 120
milhões da administração direta e
R$ 180 milhões das estatais.
Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobrás, por exemplo, adotam temas publicitários
que não se referem diretamente a
seus produtos, mas falam das vantagens do Plano Real.
A reunião convocada por FHC
para discutir o assunto durou 45
minutos e aconteceu no Palácio da
Alvorada. Participaram oito ministros, o porta-voz e os presidentes do BNDES, Luís Carlos Mendonça de Barros, do Banco do Brasil, Paulo César Ximenes, e da Caixa Econômica Federal, Sérgio Cutolo.
A decisão do governo coincide
com o projeto de lei eleitoral em
discussão na Câmara. O relator da
nova lei, Carlos Apolinário
(PMDB-SP), determinou em seu
relatório, ainda não aprovado pelo
Congresso, que o governo não pode gastar com publicidade em 98
mais do que a média do que foi investido nos três anos anteriores.
Segundo o porta-voz, para reduzir os gastos com publicidade o governo vai "remanejar" e "cortar"
verbas previstas anteriormente.
"Há um remanejamento em que
alguns perdem e perdem muito",
afirmou Amaral.
Como exemplos, ele citou o Banco Central e o Ministério da Indústria e Comércio. Juntos, eles terão
R$ 20 milhões cortados de seus orçamentos com publicidade.
Amaral disse que a proposta de
redução de gastos com a publicidade vai ser inserida no Orçamento de 98 que será enviado ao Congresso.
Pesquisas
Além de anunciar a decisão de
reduzir a verba publicitária, FHC
usou a reunião no Alvorada para
comemorar a "melhora considerável" no índice de aprovação do
governo e do Plano Real apurado
em pesquisa coordenada por Antonio Lavareda, consultor da Secretaria de Comunicação Social da
Presidência.
Amaral disse que o índice de
aprovação ficou em 55%, e o de reprovação, em 34%. O porta-voz
não informou quando a pesquisa
foi feita.
A última pesquisa, realizada este
mês, apurou 41% de aprovação
contra 39%, diferença de 2%.
Participaram da reunião os ministros Antonio
Kandir (Planejamento), Iris Rezende (Justiça),
Sérgio Motta (Comunicações), Carlos Albuquerque (Saúde), Eliseu Padilha (Transportes), Clóvis
Carvalho (Casa Civil), Raul Jungmann (Política
Fundiária) e Paulo Paiva (Trabalho).
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