São Paulo, sábado, 23 de agosto de 1997.



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Diolinda volta com apoios

PAULO HENRIQUE BRAGA
de Londres

Com a viagem que faz à Europa, a líder sem terra Diolinda Alves de Souza já conseguiu de diversas entidades internacionais o compromisso de enviar observadores ao novo julgamento de seu marido, José Rainha Júnior.
Segundo Adnor Bicalho, um dos fundadores do MST, que acompanha Diolinda na viagem, já está confirmada a ida para o Brasil de dois deputados de esquerda suíços, um representante do Conselho Mundial de Igrejas e de representantes dos Ministérios de Relações Exteriores da Holanda e da Suíça.
A Anistia Internacional também enviará um observador para o julgamento de Rainha, marcado para o próximo dia 16.
Ele disse também que grupos de apoio aos sem-terra em todo o mundo estarão representados.
Citou organizações no Canadá, Espanha, Alemanha, França, Filipinas e em toda a América Latina.
Adnor participou na noite de ontem de um debate sobre os sem-terra organizado pela Liga Comunista do Reino Unido. O grupo é um micropartido que tem como principal modelo ideológico a Revolução Cubana.
O partido britânico vê no MST um exemplo de que "o contra-ataque dos trabalhadores contra o capitalismo recomeçou".
Rose Knight, uma funcionária do setor ferroviário que viveu no Brasil na década de 60, disse que a ação dos sem-terra no Brasil marca o início de "um novo período de luta" para os socialistas.
Diolinda não foi ao encontro de ontem porque sentiu enjôo depois de comer em um restaurante indiano. Segundo Iara Evans, integrante do grupo de apoio ao MST em Londres, o problema não era grave.
Anteontem, Diolinda e Adnor foram ao bairro do Soho, na região central de Londres, conhecer o Red Lion, uma bar frequentado no século passado por Karl Marx e Friedrich Engels. No local, os dois decidiram redigir o "Manifesto Comunista", publicado em 1848.



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