São Paulo, segunda-feira, 23 de agosto de 2004 |
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TODA MÍDIA Mancha de sangue
NELSON DE SÁ
A "Economist" desta semana destaca "o exemplo da diplomacia do futebol" de Lula que ocorreu no Haiti, com "todas as estrelas, inclusive Ronaldo". Apesar dos 6 a 0, os haitianos "fizeram festa até muito depois de terem ido embora as estrelas sul-americanas". Nos EUA, é George W. Bush quem apela à "diplomacia do futebol", também lá um golpe de marketing eleitoral. Segundo o site Drudge Report, está sendo "planejada uma viagem aos Jogos Olímpicos" e o presidente "pode assistir ao jogo de futebol do Iraque". A rede NBC ouviu a Casa Branca, que negou qualquer plano. Bush pode não ir, mas já trata de usar a participação do Iraque num comercial de campanha que afirma, diante da bandeira do país, que nesta Olimpíada há mais uma democracia -e um regime terrorista a menos. Ouvido pela revista "Sports Illustrated", o meia Salih Sadir disse que o time não quer ser usado por Bush na campanha: - Ele pode achar um outro jeito de fazer propaganda. Compañero Lula deu entrevista, afinal, mas foi ao chileno "La Tercera" e por e-mail. Medindo suas palavras, na edição de ontem, falou das "relações com os EUA": - Tenho me esforçado por manter um diálogo produtivo e respeitoso com o presidente Bush, porque nós entendemos que esse país é um companheiro indispensável para o Brasil e a América do Sul. Reconheço que Bush reconhece o Brasil como um fator de estabilidade e de equilíbrio na região. Evolução Lula, no "La Tercera": - O PT nunca se congelou no tempo. Sabemos evoluir. Bem-vindo No mesmo jornal, o peruano Alvaro Vargas Llosa, que é filho do escritor e um colunista de centro-direita que escreve dos EUA, comentou: - O Lula que visita o Chile é um homem renascido. Hoje, a economia recuperou ímpeto, Lula moderou o voluntarismo no exterior sem renunciar à sua estratégia global e começou a obter alguns resultados. E encerrou, depois de uma ou outra ressalva: - Bem-vindo, Lula. Até as PPPs A semana foi de boa vontade com Lula também no "Financial Times". Reportagem na sexta destacou que, após 20 meses, "ele comemora a recuperação econômica que seus críticos não acreditavam possível". O jornal chegou a afirmar que "os empresários estão querendo investir", mas que "a legislação de Parcerias Público-Privadas, em projetos de infra-estrutura, está parada no Congresso há quase um ano". Confiança Um dia antes, o "FT" destacou que "as empresas de petróleo deram um voto de confiança à indústria do Brasil" ao comprar licenças e "prometer bilhões de dólares em investimentos". Saúde Mas Lula, internamente, não faz questão do voto da Shell -cujos elogios abertos foram citados no "FT". Quer os votos dos eleitores e vai fazer o que for preciso. Até dar "gotinha", no Jornal Nacional. A começar de um discurso em rede nacional do ministro da Saúde, na sexta, a campanha de vacinação, como quase tudo mais, ganhou ares de um outro tipo de campanha. Texto Anterior: Batismo de dólares: Culinária e fauna apelidam operações Próximo Texto: Eleições 2004/Campanha: Serra e Maluf criticam "privilégio" de Marta Índice |
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