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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA
Adversários dizem que governo Lula reconhece "má administração" do PT ao socorrer prefeitura com novo prazo da dívida
Serra e Maluf criticam "privilégio" de Marta
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT), candidata à reeleição, virou ontem alvo de críticas
dos adversários José Serra (PSDB)
e Paulo Maluf (PP), que viram como "privilégio" ou como reconhecimento da "má administração" petista a iniciativa do governo federal em ampliar o prazo da
dívida do município.
"Sem dúvida, é um privilégio
que foi dado a ela pelo governo do
Lula para ver se ajuda na campanha", afirmou ontem o tucano.
Para Maluf, o governo federal
"postergou a agonia" financeira
da prefeitura.
A Folha revelou na sua edição
de ontem que em abril Marta solicitou ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva o adiamento da data
de pagamento da dívida municipal de mais de R$ 100 milhões
mensais.
A resposta veio na semana passada em forma de lei. Lula assinou
uma medida que garante folga à
prefeita para honrar as dívidas. A
data de vencimento do dia 3 de
cada mês foi adiado para o dia 30.
A mudança não é exclusiva para
a cidade de São Paulo, serve também para todas as prefeituras, no
entanto, outros municípios endividados dizem não terem sido informados.
"Existe uma crise financeira na
prefeitura devido à má administração de recursos e o governo federal está socorrendo", afirmou
Serra. "Eu não sou contra o socorro. Mas só São Paulo sabia que
poderia fazer isso. Foi na verdade
uma medida feita com privilégio
de informação, já que todos os Estados fariam isso se soubessem".
Para o tucano, a medida se fez
necessária diante dos "gastos desordenados" da prefeita.
Maluf afirmou ontem não querer discutir o problema político da
questão, mas sim o problema aritmético. "Marta quebrou a Prefeitura de São Paulo e a cidade não
agüenta ela mais quatro anos. Ela
[Marta] não tem a menor competência para administrar o orçamento público municipal."
A prefeitura informou que não
há relação entre a mudança e o calendário eleitoral. Informou que a
alteração serviu para "adequar" o
fluxo do caixa com a data de pagamento da dívida com a União.
Em campanha
Ao lado do governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB),
o candidato tucano visitou ontem
uma ocupação irregular no bairro
Cidade Vila Nova, em São Miguel
Paulista, zona leste de SP.
A escolha do local foi estratégica. No bairro, o governo estadual
construiu apartamentos para
aproximadamente 1.600 famílias.
Em contrapartida, a prefeitura
deveria ter realizado obras de infra-estrutura, o que não foi feito.
O bairro não tem luz elétrica regular e saneamento básico.
Aos moradores, Serra prometeu
que, se eleito, irá providenciar
"creche, luz e calçamento". "É o
mínimo que a prefeitura pode fazer", disse ele.
Maluf, por sua vez, visitou na
manhã de ontem o Mercado Municipal do Ipiranga, zonal sul de
SP. O candidato posou para fotos,
deu autógrafos, distribuiu beijos,
ganhou flores (R$ 10) e um café
(R$ 0,70) e comprou 200 gramas
de alho em conserva por R$ 2.
Deixou o mercado por volta do
meio-dia para almoçar com um
dos 13 netos.
A prefeita Marta Suplicy participou de encontro com mulheres
no Clube Homs, em São Paulo, ao
lado de Nádia Campeão, candidata a vereadora pelo PC do B, e ex-secretária municipal de Esporte.
Assim que começou seu pronunciamento, a petista pediu um
minuto de silêncio e disse estar
consternada com a morte de mais
um morador de rua na cidade.
Ao falar da saúde, a candidata
disse ter tido problemas para negociar salários de médicos. Ressaltou a proposta de criar os
"CEUs da saúde", 30 clínicas especilizadas que vão funcionar exclusivamente com hora marcada.
"Quem ousou no CEU e no bilhete único, merece crédito, ou não?"
Colaborou KATIA CALSAVARA,
da Redação
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