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Mercadante apóia parceria de Lula com Quércia
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ainda patinando nas pesquisas de intenção de voto, Aloizio
Mercadante (PT), candidato ao
governo de São Paulo, afirmou
ontem que apóia uma parceria
"branca" entre o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Orestes Quércia
(PMDB), seu adversário na corrida estadual.
"O empenho do presidente
com a minha eleição é de tal ordem que farei tudo o que puder
para ajudá-lo na campanha.
Com certeza, ele contará com o
meu apoio", disse o petista após
ser questionado sobre a possibilidade de dividir o palanque
de Lula com Quércia.
A união foi aventada pelo PT
para tentar fortalecer a campanha de Lula em São Paulo, como informou ontem a Folha.
Os dirigentes alegam que o Estado, maior colégio eleitoral do
país, é um dos poucos em que
Lula tem apenas um candidato,
hoje muito distante do ex-prefeito José Serra (PSDB).
Segundo o último levantamento Datafolha, Serra tem
49% das intenções de voto e ganharia ainda no primeiro turno. Mercadante tem 17%, e
Quércia, 10%.
"Lula quer Quércia em seu
palanque", declarou o presidente estadual do PT Paulo
Frateschi, que defendeu a criação de comitês suprapartidários, com material de campanha compartilhado.
O ex-governador, no entanto, disse que não recebeu nenhum convite e que, se recebesse, não aceitaria. "Não
apóio ninguém para a Presidência, portanto, não vou subir
no palanque de Lula."
Em maio, Lula ofereceu a vaga de vice para o PMDB. O
maior obstáculo para uma
aliança foi a verticalização, que
impede partidos adversários na
eleição à Presidência de se
aliem nos Estados.
Revide
Mercadante, que participou
ontem de uma sabatina promovida pelo "Grupo Estado", fez
duras críticas aos tucanos e ironizou o fato de o governador do
Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB),
ter recorrido a frases de Lula
durante o programa eleitoral
dele no rádio e ter colocado fotos dele com Lula na TV.
"Enquanto os tucanos escondem o ex-presidente FHC, a
força política de Lula é tão
grande que invade o palanque
até dos adversários."
O petista repetiu várias vezes
que Serra não cumpriu a promessa de ficar quatro anos na
Prefeitura de São Paulo. Gaguejou, porém, ao tentar explicar a
diferença entre a atitude do tucano e a de Antonio Palocci,
que se afastou da Prefeitura de
Ribeirão Preto para assumir
um ministério.
"Eu não sei. O ministro tinha
prometido não deixar a prefeitura? Prometeu? Então, seguramente errou."
Acuado com perguntas sobre
a liberdade de Waldomiro Diniz (ex-assessor de José Dirceu
flagrado exigindo propina),
contra-atacou. "A Justiça é lenta. Vocês têm aqui no "Estado"
um ex-diretor que matou uma
colega e ainda está solto", disse,
referindo-se ao jornalista Pimenta Neves, condenado em
primeira instância pela morte
da jornalista Sandra Gomide
em 2000 e que aguarda a sentença final em liberdade.
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