São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 2006

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Toda Mídia

Nelson de Sá

52% e subindo

Estava lá Chico Pinheiro, não William Bonner, para anunciar a "nova pesquisa Datafolha", a primeira sob efeito da propaganda. Pela internet, havia sido mais um dia inteiro de expectativa e especulação, quanto ao efeito sobre os aliados de Geraldo Alckmin.
No fim, mais do que as oscilações nas intenções de voto, chamou a atenção outro dado, este destacado principalmente na internet, na Folha Online e outros _o de que a avaliação positiva do governo passou de 38% para 45% para 52% em pouco mais de um mês. Em seus oito anos, recorda o Datafolha, FHC jamais foi além dos 47% de meados do primeiro mandato. Em 98, às vésperas da reeleição, o tucano tinha 39%.

É A ECONOMIA
Como anunciado, Geraldo Alckmin elevou um pouco "o tom" no programa eleitoral, ontem. Atacou, de cara feia, que "o Brasil cresceu pouco", que "o governo não cria um ambiente favorável", que "aumenta imposto". Azar dos azares, a manchete do portal UOL ao longo do dia, também na liderança dos "+ lidos" da Folha Online, era "Lucro da indústria quase triplica no governo Lula". Iniciando o texto, "As empresas do setor não-financeiro lucraram bem mais durante três anos e meio de governo Lula do que no segundo mandato de FHC".

BOOM 1
O britânico "Guardian" trouxe longa reportagem sob o título "Por que esta rica jazida deve durar", ontem, sobre o boom da indústria da mineração, que "nunca viveu momento tão bom". A estrela, mais uma vez, é a Vale do Rio Doce: _ A grande quantidade de dinheiro gerada pelos preços ascendentes das commodities levou a aquisições cada vez mais audaciosas, como ilustrado pela brasileira CVRD, uma das maiores mineradoras do mundo. E por aí vai o texto, citando e logo derrubando os possíveis problemas com o excesso de prospecção.

BOOM 2
Na onda da Vale, ontem no site do "Wall Street Journal" se lia o enunciado "Petrobras estuda mais aquisições nos EUA", em despacho da agência Dow Jones. A "gigante de energia do Brasil" estaria "também estudando possíveis aquisições na Europa e na Ásia".

PRESSÃO 1
O "Financial Times" deu longa reportagem mostrando, desde o título, "Como Washington usa os acordos de comércio para proteger remédios" . Ou melhor, para evitar que os genéricos avancem mundo afora. É assim nas negociações com a Tailândia e outras partes, mas "o grande confronto se relaciona a países maiores como China, Índia e Brasil, que têm mercados mais lucrativos para empresas farmacêuticas" dos EUA. A expressão-chave é "propriedade intelectual". Um ex-chefe do programa brasileiro de combate à Aids relatou "encontros e telefonemas, da Casa Branca, com ameaças de retaliação direta".

PRESSÃO 2
E diz o "WSJ" que, segundo o novo embaixador dos EUA no Brasil, a anunciada revisão do acordo de preferências comerciais "não tem nada a ver com exigências americanas de maior concessão em propriedade intelectual" .

George Bush Presidential Library - "Time"/ Reprodução
ELITE BRANCA A revista "Time", que passa por uma pequena revolução, contratando blogueiros como editores e colunistas, entre outras mudanças, dedica sua edição às universidades privadas de prestígio (Ivy League) e aponta os privilégios dados aos filhos de ex-alunos, grandes doadores e celebridades. Exemplo maior: as cinco gerações de "Bushes" que freqüentaram Yale (à dir., Bush pai e filho, em 1946


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