São Paulo, Segunda-feira, 23 de Agosto de 1999
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"Marcha é dos sem-rumo", diz FHC

da Reportagem Local

O presidente Fernando Henrique Cardoso se referiu ontem à ""Marcha dos 100 Mil", programada pela oposição e por trabalhadores rurais sem terra para quinta-feira, em Brasília, como a ""marcha dos sem-rumo".
""A meu ver, é a marcha dos sem-rumo. Não propõe nada. Criticar pode. Mas o que estão propondo? Nada. Quem sabe uma CPI para a privatização das teles", afirmou, durante entrevista à Globonews.
Os organizadores do protesto pretendem recolher 1 milhão de assinaturas no abaixo-assinado que será entregue ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), pedindo a abertura de uma CPI para investigar a privatização do Sistema Telebrás.
O movimento pede também a abertura de processo contra FHC por crime de responsabilidade.
Na avaliação do presidente, a palavra de ordem preparada para a manifestação -"Fora FHC"- é ""antidemocrática".
""Um presidente eleito, que não tem nenhuma acusação moral, falar de renúncia, de impeachment? Isso mina não a mim. Mina a democracia. Uma oposição sem rumo, que não tem proposta, no momento em que o povo torce para que a coisa vá melhor, torce para ir pior. Acho triste."
Fernando Henrique afirmou ainda que, em uma situação ideal, gostaria que os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Jader Barbalho (PMDB-PA) -respectivamente, presidentes do Senado e do PMDB- não dessem ""palpites" públicos a respeito de seu governo.
""Se o mundo fosse como a gente gosta, certamente (seria melhor). Mas no Brasil não é assim e não posso deixar de respeitar a opinião do presidente de um partido e do presidente do Senado."
FHC defendeu as declarações de ACM sobre o fim dos aumentos de combustível, mas criticou a abertura da CPI dos Bancos, proposta por Jader. ""A CPI, embora tenha posto o governo no pelourinho, não apurou nada."
O presidente admitiu também que, ""vendo de hoje", talvez tivesse sido melhor ter alterado antes a política cambial brasileira.


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