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Comemoração dos 20 anos da
lei começa hoje com ato em SP
da Reportagem Local
As comemorações dos 20 anos
da Lei da Anistia começam hoje,
em São Paulo, com um ato no teatro Tuca, na PUC (Pontifícia Universidade Católica), mesmo local
onde foi realizado o primeiro
Congresso Nacional pela Anistia,
em novembro de 1978.
Estão programados depoimentos de participantes da resistência
ao movimento militar de 64, protestos pelo não-esclarecimento
sobre mortes e desaparecimentos
entre representantes da esquerda
e homenagens aos trabalhadores
rurais sem terra.
""Vamos fazer um gancho com o
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e dizer
que na democracia ainda há perseguidos políticos, em uma homenagem aos sem-terra", disse o
advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-presidente do Comitê
Brasileiro pela Anistia (CBA) e
um dos organizadores do evento.
Segundo os responsáveis pelo
ato na PUC, 1.800 pessoas foram
assassinadas no campo nos últimos 20 anos enquanto defendiam
a reforma agrária.
A absolvição, na semana passada, de três acusados pelo massacre de 19 sem-terra em Eldorado
do Carajás (PA) será um dos temas abordados durante o ato, que
ainda incluirá protestos pela condenação a 26 anos e meio de prisão do líder do MST José Rainha
Júnior pelo assassinato de um fazendeiro e de um policial militar
em junho de 89.
Greenhalgh é advogado de Rainha no caso.
João Pedro Stedile, outro líder
sem-terra, é um dos convidados
para o evento, patrocinado também pelo Movimento Feminino
pela Anistia e pelo Grupo Tortura
Nunca Mais de São Paulo.
Caminhada
No domingo, dia 29, o governo
do Estado promoverá uma caminhada do Portal do presídio Tiradentes até o antigo prédio do
Dops (Departamento Estadual de
Ordem Política e Social), onde
militantes presos denunciaram a
prática de torturas.
No local de chegada da marcha
haverá uma exposição com jornais da época e uma cerimônia
promovida por diversas religiões
para a ""purificação" do prédio.
Na ocasião, o governador Mário
Covas (PSDB) assinará projeto de
lei que prevê indenização a torturados em dependências do Estado e convênios para a proteção de
testemunhas.
O projeto para as indenizações,
já aprovado em Estados como o
Paraná e Rio Grande do Sul, deverá ser submetido à Assembléia
Legislativa paulista.
O governo planeja a transformação do prédio do Dops em um
espaço destinado à arte.
No mês de setembro, haverá a
apresentação de uma peça teatral
sobre a resistência aos militares e
um show com a presença do cantor João Bosco.
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