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TRANSPORTES
Impacto ecológico da Tocantins-Araguaia é avaliado pelo Ibama; ministério quer cassar decisão
Juiz suspende licenciamento de hidrovia
WILSON SILVEIRA
da Sucursal de Brasília
O juiz federal Clodomir Sebastião Reis, de Imperatriz (MA),
suspendeu o processo de licenciamento ambiental da hidrovia Tocantins-Araguaia, uma das obras
do "Avança Brasil", o principal
programa do governo Fernando
Henrique Cardoso.
O Ministério dos Transportes,
responsável pelo projeto, anunciou que vai solicitar imediatamente a cassação da decisão, proferida em liminar.
A liminar chegou às mãos dos
técnicos do Ministério dos Transportes e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis)
minutos antes de uma audiência
pública que seria realizada em Estreito (MA), às 9h de anteontem.
Essa seria a primeira de cinco
audiências destinadas a dar subsídios ao Ibama, que analisa o pedido de licença dos Transportes para a viabilização da hidrovia.
O Ministério dos Transportes
espera cassar a liminar o quanto
antes, de modo que seu cronograma não seja afetado. O programa
"Avança Brasil" prevê o aumento
gradual da utilização da hidrovia,
capaz de transportar 6 milhões de
toneladas de carga por ano.
Atualmente, segundo o Ministério dos Transportes, duas empresas operam na hidrovia. Uma
delas estima transportar este ano
apenas 60 mil toneladas. Não havia informações disponíveis sobre
a outra empresa.
A ação contra o processo de licenciamento foi movida pelo Ministério Público, que se baseou
em carta aberta divulgada por
quatro antropólogos que participaram dos estudos de impacto
ambiental. Segundo eles, administradores da hidrovia suprimiram itens desfavoráveis do relatório antropológico antes de encaminhá-lo ao Ibama.
O relatório antropológico foi
feito após consulta às cerca de 20
comunidades indígenas residentes na área da bacia hidrográfica.
O Ministério nega a acusação.
Segundo sua assessoria de imprensa, o relatório foi elaborado
por mais de 50 especialistas, a
maioria professores da Universidade Federal do Pará, que não teriam admitido essa interferência.
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