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INCENTIVOS FISCAIS
Deputados querem proteger a Zona Franca
Sob pressão, governo reabre negociação sobre informática
da Sucursal de Brasília
O governo cedeu ontem às
ameaças de rebelião de parlamentares amazonenses, liderados pelo governador Amazonino Mendes (PFL), e reabriu as negociações sobre a prorrogação do incentivo fiscal ao setor de informática.
A bancada amazonense quer
modificar o projeto, enviado pelo
governo ao Congresso nesta semana, que prorroga até 2013 os
incentivos fiscais ao setor -que,
originalmente, se encerrariam em
outubro próximo.
O primeiro resultado dessa negociação é que o projeto será modificado de forma que produtos
eletrônicos de áudio e vídeo, mesmo que parcialmente informatizados, não possam se beneficiar
da redução do pagamento do IPI
(Imposto sobre Produtos Industrializados).
A regra pretende evitar que empresas instaladas na Zona Franca
de Manaus migrem para outras
regiões do país. ""Seria uma maravilha ir para as regiões mais desenvolvidas, com infra-estrutura,
e ainda ganhar incentivos: a Zona
Franca perderia indústrias", disse
Amazonino.
A primeira votação do projeto
na Câmara, marcada para ontem,
foi adiada por uma semana. Nesse
período, serão feitas mudanças na
proposta, disse o relator, deputado Júlio Semeghini (PSDB-SP).
O projeto do governo prevê a
prorrogação do incentivo fiscal
até outubro de 2013, o mesmo
prazo dos benefícios da Zona
Franca de Manaus.
A atual isenção de IPI seria
substituída, a partir de 2001, pela
redução gradual do incentivo até
o prazo final, 12 anos depois.
As empresas beneficiadas teriam de continuar investindo 5%
de seu faturamento em projetos
de pesquisa e desenvolvimento.
Segundo dados da Receita Federal, a União deixará de arrecadar com os incentivos à Zona
Franca de Manaus mais de R$ 3
bilhões neste ano. Já a isenção do
IPI para a informática custa R$
610 milhões anuais aos cofres públicos -os dois números constam do Orçamento da União deste ano.
Antes do envio do projeto ao
Congresso, a bancada amazonense já havia tentado um acordo
com o presidente Fernando Henrique Cardoso, sem sucesso.
Para Amazonino, a prorrogação "levará o Brasil inteiro a ser
uma enorme zona franca e poderá anular por completo a Zona
Franca de Manaus".
A versão da lei que está no Congresso foi enviada após longa discussão entre o Ministério da Fazenda, que queria cortar os incentivos, e o do Desenvolvimento,
que os defendia. A discussão foi
um dos estopins da demissão de
Clóvis Carvalho do Desenvolvimento.
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