São Paulo, sábado, 23 de setembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RECIFE
Programa na TV lembrou caso em que o candidato à reeleição Roberto Magalhães procurou um jornalista, levando um revólver na cintura, para reclamar de notas publicadas
PPS usa conflito de prefeito com jornalista

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A interpelação a um jornalista feita em agosto de 1999 pelo prefeito licenciado de Recife e candidato à reeleição, Roberto Magalhães (PFL), com um revólver na cintura, está provocando polêmica no horário eleitoral gratuito.
Armado, Magalhães procurou o jornalista por discordar de notas publicadas na época.
O caso, agora, vem sendo lembrado no programa de TV do candidato a prefeito do PPS, senador Carlos Wilson.
As notas, escritas pelo jornalista Orismar Rodrigues, do "Jornal do Commercio", insinuavam que o prefeito havia censurado uma obra do artista plástico Brennand. Magalhães foi à redação com um revólver na cintura.
Na propaganda eleitoral do PPS, um locutor comenta o episódio. Ao mesmo tempo, são exibidos recortes de reportagens sobre o assunto. Carlos Wilson não aparece durante a apresentação das críticas.
Trechos do editorial "Cangaço e Política", publicado pela Folha em 12 de agosto de 99, três dias após o caso, foram lidos durante um dos programas. O editorial condena a atitude do prefeito.
Os ataques a Magalhães ocorrem no momento em que manifestações públicas reivindicam mais segurança na cidade, considerada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) uma das mais violentas do país.

Outro lado
Magalhães, que vinha dedicando pouco espaço na TV para responder aos ataques dos adversários, incluiu em seus programas um texto em que acusa Carlos Wilson de distorcer os fatos.
No texto, o pefelista afirma que o prefeito procurou o jornalista "para pedir explicações" porque estava "indignado com as acusações (feitas) a ele e sua esposa".
A propaganda na TV não explica por que Magalhães portava um revólver na cintura. Em relação ao assunto, diz apenas que ele "jamais apontou uma arma para quem quer que fosse".
O texto lembra ainda que o pefelista pediu desculpas públicas e acusa seu adversário de utilizar politicamente um fato "pessoal" e "inteiramente superado".
Roberto Magalhães tem 48% das intenções de voto, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, divulgada domingo. Seus adversários, somados, têm 42%.



Texto Anterior: Empresa diz que Pitta desconhece Orçamento de SP
Próximo Texto: Magalhães acusa Wilson de não pagar dívida
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.