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RECIFE
Programa na TV lembrou caso em que o candidato à reeleição Roberto Magalhães
procurou um jornalista, levando um revólver na cintura, para reclamar de notas publicadas
PPS usa conflito de prefeito com jornalista
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A interpelação a um jornalista
feita em agosto de 1999 pelo prefeito licenciado de Recife e candidato à reeleição, Roberto Magalhães (PFL), com um revólver na
cintura, está provocando polêmica no horário eleitoral gratuito.
Armado, Magalhães procurou o
jornalista por discordar de notas
publicadas na época.
O caso, agora, vem sendo lembrado no programa de TV do
candidato a prefeito do PPS, senador Carlos Wilson.
As notas, escritas pelo jornalista
Orismar Rodrigues, do "Jornal do
Commercio", insinuavam que o
prefeito havia censurado uma
obra do artista plástico Brennand.
Magalhães foi à redação com um
revólver na cintura.
Na propaganda eleitoral do
PPS, um locutor comenta o episódio. Ao mesmo tempo, são exibidos recortes de reportagens sobre
o assunto. Carlos Wilson não aparece durante a apresentação das
críticas.
Trechos do editorial "Cangaço e
Política", publicado pela Folha
em 12 de agosto de 99, três dias
após o caso, foram lidos durante
um dos programas. O editorial
condena a atitude do prefeito.
Os ataques a Magalhães ocorrem no momento em que manifestações públicas reivindicam
mais segurança na cidade, considerada pela Unesco (Organização
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) uma das
mais violentas do país.
Outro lado
Magalhães, que vinha dedicando pouco espaço na TV para responder aos ataques dos adversários, incluiu em seus programas
um texto em que acusa Carlos
Wilson de distorcer os fatos.
No texto, o pefelista afirma que
o prefeito procurou o jornalista
"para pedir explicações" porque
estava "indignado com as acusações (feitas) a ele e sua esposa".
A propaganda na TV não explica por que Magalhães portava um
revólver na cintura. Em relação ao
assunto, diz apenas que ele "jamais apontou uma arma para
quem quer que fosse".
O texto lembra ainda que o pefelista pediu desculpas públicas e
acusa seu adversário de utilizar
politicamente um fato "pessoal" e
"inteiramente superado".
Roberto Magalhães tem 48%
das intenções de voto, segundo
pesquisa realizada pelo Datafolha,
divulgada domingo. Seus adversários, somados, têm 42%.
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