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Bahia exporta
"jingles" para
outros Estados
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
No rastro da fama nacional
da "axé music" e dos marketeiros baianos, como Duda Mendonça e Nizan Guanaes, os
compositores da Bahia vêm exportando seus jingles para todo
o país nestas eleições.
Mantendo o tradicional ritmo carnavalesco, a música política baiana anima campanhas
tão diversas como as das prefeituras de Fortaleza (CE) e Ribeirão Preto (SP).
Nesta época, os estúdios de
Salvador chegam a registrar o
dobro de solicitações recebidas
num período sem eleições. Por
cada jingle, os candidatos pagam de R$ 3.000 a R$ 30 mil.
"A Bahia é tradicionalmente
um grande celeiro de "jinglistas"
de peso. Mas o sucesso dos jingles do Estado sempre correu
em paralelo com o que produz
a música baiana propriamente
dita", afirma Wesley Rangel,
50, dono de um dos estúdios
mais tradicionais de Salvador,
criado em 1975.
Músicos consagrados da Bahia, como Gilberto Gil e Carlinhos Brown, têm jingles tocados no programa eleitoral gratuito em Salvador. Gil fez uma
inserção de pouco mais de três
segundos para o candidato a
vereador Juca Ferreira (PV).
Brown teve uma composição
sua, "Cidade Voa"-feita em
homenagem aos 450 anos de
Salvador, comemorados em
1999-, adaptada para jingle
do programa de Antonio Imbassahy (PFL). O candidato à
reeleição em Salvador também
conta com um jingle de autoria
de Duda Mendonça.
O compositor Walter Queiroz Júnior, 55, é um dos mais
experientes e renomados "jinglistas" da Bahia. Após a redemocratização do país, fez jingles vencedores para os dois
maiores rivais da política baiana na década de 80.
Em 1986, seu jingle "A Bahia
Vai Mudar" ajudou a eleger o
então peemedebista Waldir Pires (hoje PT) governador da
Bahia. Em 1990, "Orgulho de
Ser Baiano", também de Queiroz, contribuiu para a vitória de
Antonio Carlos Magalhães
(PFL) ao governo do Estado.
Ele afirma que só compõe para candidato que "tem princípios éticos". "Tenho que saber
primeiro quem é o candidato
para conseguir compor o jingle", disse.
(MARCOS VITA)
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