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MEMÓRIA
Risoleta Neves morreu anteontem, no Rio
Viúva de Tancredo é enterrada em Minas
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O corpo de Risoleta Neves foi
enterrado às 11h de ontem no
mesmo túmulo do seu marido,
o presidente Tancredo Neves
(1910-85), no cemitério da igreja de São Francisco de Assis,
em São João Del Rey (MG).
O enterro mobilizou a cidade
e foi acompanhado por autoridades empresariais e religiosas,
além de políticos. O vice-presidente José Alencar (PL-MG)
representou o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que está
nos Estados Unidos.
O presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), que assumiu a Presidência da República
em 1985 na vaga de Tancredo
-ele morreu sem tomar posse-, disse: "Uma mulher extraordinária, culta, inteligente
que marcou com o seu exemplo a vida brasileira. Ela, ao lado de Tancredo Neves, não só
completou a sua vida como
ajudou a sua carreira política".
Também compareceu Paulo
Maluf (PP-SP), adversário de
Tancredo no Colégio Eleitoral,
em 1985. Para ele, Risoleta foi
"o ponto de apoio a Tancredo
para chegar ao governo de Minas e à Presidência".
O governador de Minas, Aécio Neves, neto de Risoleta,
chegou à cidade no início da
manhã, vindo da Europa. "Dona Risoleta foi, em determinado momento da história recente, um grande exemplo de
companheirismo, em um primeiro momento, e de fibra e
coragem, no segundo momento [...]. Para nós, seus familiares, é um exemplo de bondade,
de seriedade e de solidariedade". Ela morreu anteontem no
Rio, onde estava internada, aos
86 anos, de diverticulite (inflamação na parede intestinal).
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